Aliado de Sarney, Romero Jucá deixa cargo de ministro, após mais um escândalo na Lava Jato

G1

Romero Jucá inicia a primeira crise do governo Temer
Romero Jucá inicia a primeira crise do governo Temer

Aliado do ex-senador José Sarney (PMDB), o ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou, nesta segunda-feira (23), que vai se licenciar do ministério a partir desta terça-feira (24). Embora tenha anunciado “licença”, ele afirmou que “tecnicamente” vai pedir exoneração porque voltará a exercer o mandato de senador pelo PMDB-RR.
Jucá disse que enviará um pedido de manifestação ao Ministério Público Federal, a fim de que o órgão avalie se cometeu algum tipo de crime em relação às conversas gravadas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
O jornal “Folha de S.Paulo” informou, nesta segunda-feira (23), que, em diálogo com Sérgio Machado, Jucá sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato. Mais cedo, em entrevista coletiva, Jucá havia dito que não tinha nada a temer não pretendia deixar o comando do ministério.

Ligação com Sarney

O pernambucano Romero Jucá (PMDB), de 61 anos, passou os últimos 35 anos de sua vida mantendo ótimas relações com os principais nomes do poder em Brasília. Desde 1985, quando José Sarney (PMDB) assumiu a Presidência da República, com a morte de Tancredo Neves, o político passou pelos partidos PSDB, PDS, PFL, PPR e PMDB, e sempre manteve relação próximas com os chefes do Executivo. Assumiu cargos comissionados nos governos Sarney e Fernando Collor, foi líder de governo nas gestões dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada Dilma Rousseff.

Em 1986, filiado ao PSDB, ele foi nomeado pelo então presidente José Sarney (PMDB) presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Dois anos depois, aos 34 anos, Sarney o indicou para governador do recém-criado estado de Roraima. Em 1990, tentou manter a vaga por meio do voto popular, mas perdeu a eleição. Jucá jamais voltaria a assumir os principais cargos do Poder Executivo e ganhou espaço no Poder Legislativo e se tornou um forte articulador no Congresso.

Jucá se envolveu em polêmicas logo nos primeiros anos em que ocupou cargos importantes na capital federal. Em dezembro de 1989, pouco depois de deixar a presidência da Funai, ele manifestou-se contra o plano de retirada de cerca de 40 mil garimpeiros que haviam invadido terras indígenas ianomâmis. Meses antes da eleição para governador de Roraima, em que o peemedebista tentava permanecer na cadeira, a Procuradoria-Geral da República denunciou Jucá sob acusação de que, quando era presidente da Funai, ele realizou venda ilegal, mediante suborno, de madeiras de lei ad reserva indígena Uru-eu-au-wau.

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