Após reunião com Flávio Dino e outros governadores, governo Dilma acredita que reverteu impeachment

O Globo

Após reunião, Waldir Maranhão reconduziu PP para Dilma
Após reunião, Waldir Maranhão reconduziu PP para Dilma

BRASÍLIA — Ás vésperas da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara, o governo informou que conseguiu reverter votos e agora teria o número necessário para barrar o afastamento da presidente. Após reunião com governadores na sexta-feira, o Planalto comemorou a reversão de deputados, entre eles, Waldir Maranhão (PP-MA), que esteve com a presidente pela manhã.

Por outro lado, a oposição continua a garantir que tem os votos necessário. Durante a tarde, confirmou o apoio do PP, que fechou questão a favor do impeachment e ameaçou expulsar os dissidentes, em resposta à ida de Maranhão ao Planalto. No fim do dia, o partido puniu Maranhão com a perda do comando do diretório estadual. O resultado da votaçao no domingo é incerto.

Em resposta ao movimento do governo, que voltou a se reunir com governadores nesta sexta, o presidente da Câmara, Eduardo Câmara (PMDB-RJ), telefonou para deputados para cobrar apoio, segundo informou o colunista Lauro Jardim. Já o PDT também fez pressão, mas para o voto contrário ao impeachment: repetiu o PP e ameaçou expulsar quem votar pela admissão do processo.

Articulação de Flávio Dino
Antes, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o vice-líder do governo na Câmara Sílvio Costa (PTdoB-PE) anunciaram que o governo conta com votos necessários para superar o impeachment na Câmara. Segundo Costa, que mostrou um papel dobrado dentro do bolso com uma tabela de votos, todos os placares já divulgados estão errados. Dino afirmou que, até domingo, o governo terá de 20 a 30 votos revertidos a seu favor.

— O clima melhorou muito nos últimos dias. Há um entendimento claro, muito nítido, de que a suposta avalanche que havia na direção de apoio ao impeachment não se verificou. Ao contrário, nós temos uma tendência de reversão de expectativa nesse momento — declarou Flávio Dino.

— Nós já ultrapassamos o número de votos de 172, estado por estado. E temos ainda uma coluna que a gente chama “a trabalhar”. Temos 36 votos a trabalhar. Estamos bem acima da margem de erro. Hoje detectamos um desespero grande na oposição — emendou Sílvio Costa depois dele, sem querer especificar o número exato que o governo acredita já contar:

Por meio de sua assessoria, o ministro chefe do Gabinete Pessoal de Dilma, Jaques Wagner, apostou:

— Hoje (sexta-feira) o governo voltou a contar com 200 votos contra o impeachment.

Desde quinta-feira, a presidente tem arregimentado os governadores para atuar junto às bancadas estaduais para conversar com cada deputado na tentativa de reverter votos já declarados a favor do impeachment e convencer os indecisos a apoiar Dilma. Segundo Dino, no Amapá e no Maranhão, foram revertidos de seis a sete votos. Segundo o Planalto, a bancada da Bahia veio com 19 representantes: todos declararam voto contra o impeachment. Entre os deputados baianos, auxiliares de Dilma contabilizam contar com 24, dos 39.

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Dino afirmou que, se o impeachment for aprovado, a população só terá “solução para seus problemas” a partir de 2017, com a “paralisação completa” do Brasil.

— Há uma ilusão de que se eventualmente o impeachment fosse autorizado no domingo, na segunda-feira nós teríamos condições melhores de governabilidade. Ao contrário, nós acreditamos que haveria uma situação muito grave, de uma dualidade de poderes, porque nós teríamos o governo da presidenta Dilma de um lado, por pelo menos mais 30 dias, e de outro um hipotético futuro governo. Depois nós teríamos ainda um longo processo de tramitação no Senado, de quatro, cinco, seis meses em que o Senado passa a ser presidido pelo Supremo Tribunal Federal — declarou o comunista.

Encontraram com Dilma também os governadores do Amapá, Waldez Góes (PDT); da Paraíba, Ricardo Coutinho (PB); do Ceará, Camilo Santana (PT) e da Bahia, Rui Costa (PT). Todos eles trouxeram consigo para falar com Dilma deputados de seus estados. O governo acha que, com o reforço dos governadores, Dilma volta a respirar.

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