CARTEL DOS COMBUSTÍVEIS – CPI fecha o cerco, mas Hélio Viana diz que “não sabe de nada”

Apesar de ter negado a formação de cartel para a CPI, há áudios em poder do Ministério Público, onde o mesmo empresário admitiu a prática de combinação de preços, chegando a apontar nomes de envolvidos

O empresário Hélio Viana foi o primeiro a depor como testemunha e negou a formação de cartel
O empresário Hélio Viana foi o primeiro a depor como testemunha e negou a formação de cartel

O primeiro dia das oitivas da CPI dos Combustíveis, aberta no dia 03 de abril e que tem como foco investigar o abusivo aumento dos preços e possível formação de cartel na capital maranhense, ouviu o empresário Hélio Viana, proprietário do posto que leva o mesmo nome, um dos que pratica a tabela mais alta para os produtos na cidade.

Em um depoimento que pareceu ensaiado e instruído por um advogado, Hélio Viana, que jurou dizer somente “a verdade, nada mais que a verdade”, negou que haja combinação de preços nos pontos de venda de São Luís.

Em uma frase repetida inúmeras vezes, a cada pressão e pergunta dos integrantes da CPI, Hélio Viana alegou que um tal “efeito psicológico levou os empresários do setor a não ultrapassar a barreira dos R$ 3,00”, fixando os preços em R$ 2,99 na cidade toda, o que chamou a atenção do Ministério Público e da Assembleia Legislativa.

Aos integrantes da CPI, leia-se Othelino Neto (PCdoB), César Pires (DEM), Jota Pinto (PEN) e Francisca Primo (PT), o empresário negou ter conhecimento de que esteja havendo uma espécie de cartel nos preços dos combustíveis, queixando-se ora ou outra de que o setor sobrevive com dificuldade e que muitos postos estão fechando as portas por dificuldade financeira.

Apesar de ter negado a formação de cartel para a CPI, há áudios em poder do Ministério Público, onde o mesmo empresário admitiu a prática de combinação de preços, chegando, inclusive,a  citar nomes de envolvidos.

CPI pressiona com bombardeio de perguntas

A Comissão Parlamentar de Inquérito fechou o cerco em cima de Hélio Viana com um verdadeiro bombardeio de perguntas que terminou levando o empresário a entrar em contradições por várias vezes. “O depoimento não convenceu e nós vamos continuar o nosso trabalho investigativo até apurarmos o que, de fato, está acontecendo em São Luís, porque a prática da cartelização é crime e inadmissível”, disse Othelino Neto, presidente da CPI.

Othelino Neto e César Pires foram os que mais pressionaram Hélio Viana com perguntas. Quiseram saber detalhes sobre a política de preços usada pelos empresários do setor em São Luís, citando, inclusive, exemplos práticos do dia-a-dia.

Antes de Hélio Viana, a CPI ouviria o presidente do Sindicato dos Combustíveis, Orlando dos Santos, que não compareceu e alegou estar em tratamento de saúde fora de São Luís.

Mais depoimentos nesta quarta

A CPI dos Combustíveis dá continuidade aos depoimentos nesta quarta-feira (23), a partir das 14:30h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Desta vez, serão ouvidos: Dileno de Jesus Tavares, empresário e ex-presidente do Sindicato dos Combustíveis; Carlos Gustavo Ribeiro, empresário; e José de Almeida Barreto, gerente de rede de postos da Petrobras.

O Ministério Público, por meio da promotora do Consumidor, Lítia Cavalcante, que já tem um procedimento investigativo contra os abusos nos preços dos combustíveis, acompanha as oitivas da CPI dos Combustíveis, que foi aberta no dia 03 de abril. O foco principal é investigar a prática abusiva de preços e possível formação de cartel na capital maranhense.

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9 thoughts on “CARTEL DOS COMBUSTÍVEIS – CPI fecha o cerco, mas Hélio Viana diz que “não sabe de nada”

  1. Não acredito que o Senhor HELIO VIANA, com 71 anos de idade, dos quais, dedica 41 anos a um comercio de combustíveis, tendo sido o primeiro Presidente e fundador do sindicato da categoria, vá prestar-se ao papel de mentir a quem quer que seja sobre um assunto que tem completo domínio. Antes de tudo temos de respeitar e apresentar provas sobre o ocorrido. Fica aqui o meu mais absoluto repúdio as falsas conclusões da senhora.

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