E as “otoridades”, onde estão?

Por Jacir Moraes*



Termo “otoridades” é uma forma de ironizar as autoridades ineficazes


Jacir Moraes, articulista do Blog da Sílvia Tereza 
Gostaria eu de saber, o que leva o ser humano a se descaracterizar quando passa a ocupar um cargo público, principalmente, quando lida com valores, salve-se aí raríssimas exceções. Será que a consciência dos “castelos” da vida é indolor, quando, em suas ações nefastas, surrupiam o dinheiro da merenda escolar, o remédio das crianças, o atendimento hospitalar e tantos outros benefícios, que lhe seriam de direito, e que são furtados por esses maus administradores?


Onde estão os órgãos de repressão e fiscalização do dinheiro que seria do povo, subtraído por esses maus  gestores?  Parece que estão todos na mesma indigência em que se encontra um grande número de crianças no Brasil. Foi criada recentemente a Lei da Ficha Limpa, que de limpo, até agora, só os cofres da maioria dos municípios cujos gestores acabaram de deixá-los. Uma verdadeira falta de respeito para com o cidadão, certos de que a impunidade prevalecerá. Diante do descaso, vamos chamar essas autoridades aqui, neste artigo, de “otoridades” (ironia), tamanha é a ineficácia de todas elas.


Seria tão fácil descobrir quem fica com o dinheiro público, pois as transações circulam livremente nos postos de combustíveis, nas mãos dos agiotas, nas lojas de carros, compra de fazendas e de casas residenciais nas capitais dos estados. Enfim, do nada o sujeito se torna um grande rico em apenas quatro anos. E como fica a sua prestação de contas junto à Receita Federal?


Quando estes gestores se apresentam como honestos, os seus patrimônios estão nas mãos dos laranjas. Todos nós vítimas sabemos, só a autoridade responsável pela repressão a esse vandalismo desconhece os fatos. Esses indivíduos mal feitores eram para ser barrados durante comícios e palestras de promessas jamais cumpridas.


Que bom seria se pudéssemos inverter os números e que o quantitativo dos fora da lei, dos que ficam com quase tudo, estivesse no lugar daqueles que não ficam com nada. Já estaríamos dando passos largos em busca do aprimoramento e do respeito pelo patrimônio do povo.


Devo dizer que não sou eleitor de São Luís, mas, como morador desta cidade, sinto-me, profundamente, amargurado em ver o prefeito que saiu agora no final do ano, João Castelo, dar calote no funcionalismo público municipal, deixando-o sem o devido salário do mês de dezembro. E o que me causa mais espanto é ver esse cidadão, se assim posso chamá-lo ou sou obrigado a fazê-lo, fora da cadeia ou pelo menos usando uma pulseira de localização destinada aos mal feitores.


Acreditando, ainda, em algumas autoridades, eu espero que o Ministério Público se manifeste e que o prefeito recém-eleito, Edivaldo Holanda Júnior, como evangélico que é, faça a multiplicação dos pães e consiga, no mais curto espaço de tempo possível, sanar este enorme problema.



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*Jacir Moraes é jornalista, fundador do jornal O Debate, ex-secretário de Comunicação da Assembleia Legislativa, trabalhou 26 anos na rádio Timbira do Maranhão, foi editor do Diário Oficial do Estado e ex-presidente da Abgraf – regional Maranhão e, a partir de agora, é colaborador do Blog da Sílvia Tereza.

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