Flávio Dino defende volta do combate à desigualdade à agenda nacional

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou os tropeços do início do governo Bolsonaro, lamentou que o debate sobre armas e fakenews esteja prevalecendo sobre temas mais relevantes para a sociedade como a desigualdade de renda e o desemprego, que continuam sendo os principais problemas do país

No Programa Diálogo, da Globonews, comandado pelo jornalista Mário Sérgio Conti, o governador reeleito no Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi apresentado como líder da oposição ao governo Bolsonaro no Nordeste, exercendo uma “oposição sóbria e realista” em contraste com o tom agressivo e gerador de conflitos que o novo presidente tem estimulado.

Explorando o perfil jurídico do entrevistado -Flávio Dino já foi juiz federal e é professor em cursos de Direito – Conti pediu a opinião do governador sobre o escândalo de movimentações financeiras irregulares que atinge a família Bolsonaro. Dino destacou que, ao barrar as investigações no STF a pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro, o ministro Luiz Fux expõe questões jurídicas e políticas que trazem fatos novos que comprometem “domesticamente” a Presidência da República em sua promessa de combate à corrupção.

O governador, que reduziu a escalada de violência em seu estado, também criticou o decreto de flexibilização do porte de armas, tanto formalmente, no que tem de conflito com a lei, quanto pela ineficácia e demagogia da medida. Ele diz que Bolsonaro fica devendo na política de segurança pública e torce para que o governo federal consiga implementar políticas eficazes.

Conti questionou o apoio do PCdoB a Rodrigo Maia para a eleição da Presidência da Câmara. Experiente no Congresso, Flávio Dino mostrou que o apoio temporário visa apenas garantir o espaço institucional adequado para o exercício da oposição no Legislativo. A experiência com Maia mostra que ele é capaz de respeitar a minoria parlamentar em todas as instâncias de debates da Casa, possibilitando vitórias da esquerda, como as que ocorreram recentemente contra a privatização da Eletrobras, a Reforma da Previdência ou o projeto de Escola Sem Partido. Quanto à oposição à plataforma de governo de Bolsonaro, ele diz que está garantida a participação do PCdoB na frente oposicionista em defesa dos trabalhadores e do país.

Ele lamentou a falta de agenda positiva neste início de governo, pelos desencontros e falta de comando político, mas criticou o modo como a reforma da Previdência tem sido encaminhada. Ele não apoia medidas que visem penalizar a aposentadoria dos mais pobres ou qualquer proposta que vise a reduz a Previdência a uma pura capitalização, que só beneficia os mais ricos, tornando-se uma tragédia social para a maioria dos trabalhadores brasileiros.

Num reconhecimento pelos avanços de seu governo, Flávio Dino foi questionado em que políticas o Maranhão pode ensinar outros estados. Ele considera que governar o estado nordestino mais pobre tem sido um enorme aprendizado para ele e para o povo maranhense. Em sua opinião, a educação integral tem sido uma política estratégica para a redução da violência e alavancar os índices positivos do estado. Uma de suas principais metas, desde esse início de governo, é atacar a mortalidade infantil ainda mais que no governo anterior, a partir de um programa de estímulo ao pré-natal e alimentação gestante.

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