“Lava Jato” vai investigar gestão de ex-governadora do Maranhão

Sergio Moro autorizou compartilhamento de provas com autoridades maranhenses e liberou o acesso dos advogados ao depoimento de Alberto Youssef referente aos precatórios da UTC/Constran.

Carta Capital

Roseana está morando em Miami, nos Estado Unidos, enquanto investigações correm
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Além de compartilhar as provas colhidas pela força-tarefa da Lava Jato com autoridades maranhenses, em despacho desta terça-feira 27, o juiz federal Sergio Moro informou que aguarda “devolução da Sindicância 431/DF do Superior Tribunal de Justiça para novos encaminhamentos para fins de instauração da investigação criminal”. Na mira da nova frente de apuração está a declaração de Alberto Youssef, no depoimento número 51 de sua delação, na qual afirma ter intermediado o pagamento de 3 milhões de reais em propina ao ex-Chefe da Casa Civil do governo de Roseana Sarney, João de Abreu, para liberação de precatórios em favor da UTC/Constran.

O pedido de compartilhamento foi enviado pelo governo maranhense após o comunista Flávio Dino assumir o comando do Estado. Ele venceu o candidato da família Sarney, Edson Lobão (PMDB). “É importante ressaltar a urgente necessidade do Estado do Maranhão de ter acesso às informações e documentos pretendidos de forma a não apenas se promover a responsabilização funcional dos servidores supostamente envolvidos, como também para evitar novos pagamentos do acordo objeto de investigação e, especialmente, para tentar recuperar para o erário estadual os valores possivelmente desfalcados, que supera os R$ 4 milhões”, explicou a Secretaria de Transparência e Controle do Estado do Maranhão sobre a urgência do compartilhamento.

Provas

Em sua decisão, Moro explicou que o material probatório havia sido encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça “em vista da possível participação nos fatos da então Governadora Roseana Sarney”. Com a perda do foro por prerrogativa de função após a saída de Roseana do governo, a investigação criminal deverá prosseguir com os procuradores e delegados da força tarefa de Curitiba. A bem da ampla defesa, na mesma peça, o juiz deu acesso ao depoimento da delação do doleiro para os defensores citados.

Além do depoimento da delação referente ao Estado, o juiz anexou a sua decisão um relatório da Polícia Federal com análise de documentos relacionados aos fatos, cópia de mensagem eletrônica enviada em dezembro de 2013 pela UTC/Constran a Youssef no qual a empresa parabeniza a “concretização do acordo com o Gov MA” e relatório detalhando a ação do doleiro no dia de sua prisão na capital maranhense. Elementos que, no entendimento de Moro, “prima facie, conferem alguma credibilidade ao declarado sem prejuízo da persistência da necessidade de maior investigação”.

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