Lula, Dilma e PT agravam crise ao fritar Levy…

Blog do Kenedy

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, virou bode expiatório das dificuldades políticas e econômicas do PT e do governo. Nos últimos dias, cresceram as críticas do partido e do ex-presidente Lula ao ministro da Fazenda.

Levy sofre uma fritura injusta e equivocada. O PT e Lula cometem um erro que pode aumentar a gravidade da crise econômica e que tem utilidade zero para ajudar o governo a superar seus problemas na política.

O ministro da Fazenda cometeu alguns erros, como se comportar de forma arrogante em alguns momentos em relação ao Congresso e ao dar muito foco a apenas um lado do ajuste fiscal, o da necessidade de cortar gastos para equilibrar as contas, mas sem ressaltar que isso era requisito para a volta do crescimento.

É justo reconhecer que, nas últimas semanas, Levy mudou o discurso e tem enfatizado que o ajuste é um caminho para a volta das condições de crescimento econômico. Ele também se isola no governo, agindo sem combinar com outros ministros e a presidente.

No entanto, esses erros de Levy são fichinha perto dos equívocos da presidente Dilma Rousseff. Foi a destruição do superávit primário, que é a economia para manter a dívida pública sob controle, que levou à perda da credibilidade fiscal do país.

Desde a perda do grau de investimento na Standard & Poor’s no início de setembro, o governo, a base de apoio rebelada no Congresso e a oposição não tomaram nenhuma medida efetiva para combater a crise econômica, com exceção da manutenção de alguns vetos presidenciais a projetos da chamada “pauta-bomba”. É um serviço que ficou pela metade, porque ainda há vetos que impedem irresponsabilidade fiscal que precisam ser apreciados. Isso está previsto para o mês que vem.

Ulysses Guimarães, que presidiu o PMDB, a Câmara e a Assembleia Constituinte de 1988, tinha uma frase ótima: “Não se deve fazer piquenique na cratera do vulcão”. Fritar Levy agora, como têm feito o PT e o ex-presidente Lula, sob o olhar complacente da presidente Dilma Rousseff, só vai resultar em mais problemas e mais sacrifícios para o país.

Com suas qualidades e defeitos, Levy tenta encontrar um caminho, que é a retomada de um pilar fiscal consistente. Seus críticos defendem a volta de uma política econômica que levou o país à beira da cratera do vulcão.

As recentes medidas pedidas ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mostram que não existem condições políticas para que seja firmado um acordo entre Eduardo Cunha e o governo. Ainda que quisessem, seria difícil para as partes dar proteção política uma à outra.

No máximo, podem oferecer um tubo de oxigênio num momento de crise. Eduardo Cunha vai adiar uma decisão sobre impeachment porque interessa a ele manter essa ameaça no ar: amendronta o governo e impede a oposição de jogá-lo ao mar de uma vez.

De acordo com deputados aliados, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem dois desejos em relação ao Conselho de Ética da Casa.

O primeiro é protelar ao máximo a tramitação de um processo que pode recomendar a cassação do mandato. O segundo desejo é a aposta de que o espírito de corpo prevaleça, e os deputados não recomendem a cassação, o que parece difícil diante do que tem sido revelado.

O raciocínio de aliados do presidente da Câmara é o seguinte. Dizer aos membros do Conselho de Ética que há dezenas de parlamentares investigados na Lava Jato e que essa apuração já tramita num foro rigoroso, o Supremo Tribunal Federal. Recomendar a cassação de mandato seria um prejulgamento direcionado, a escolha de um alvo seletivo, justamente o discurso público que Cunha tem feito. Quais são os problemas desse discurso?

A revelação de contas na Suíça, comprovada por documentos, mostrará que Cunha mentiu ao depor espontaneamente na CPI da Petrobras. Logo, a cassação se daria por quebra de decoro devido à mentira.

O argumento da seletividade investigativa não se sustenta. Atende aos interesses de Eduardo Cunha e de quem deseja acuar a presidente Dilma.

As apurações estão em andamento. Na Procuradoria Geral da República, há outros pedidos de inquérito e de denúncia saindo do forno. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem atuado com equilíbrio.

Atacar Janot é uma má resposta às acusações graves que pairam sobre o presidente da Câmara. Em resumo, a aposta no espírito corporativo e no que saberia de outros parlamentares poderia ajudar Cunha, mas dificilmente será suficiente para deixar em segundo plano acusações tão graves.

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