O jogo político vai ficando cada vez mais complicado e imprevisível. De um lado, o mesmo PMDB, que passou o ano todo defendendo a redução do número de ministérios na Esplanada, na hora de discutir os nomes de quem fica e quem sai resolveu lavar as mãos e deixou a presidente Dilma Rousseff falando sozinha. De outro, o PT reuniu pela primeira vez seu Conselho Consultivo, montado a pedido do ex-presidente Lula, em que foram feitas severas críticas às medidas anunciadas no pacote fiscal apresentado pelo governo na semana passada.
Nesta segunda-feira, os dois principais partidos do que restou da base aliada do governo deram fortes sinais de que preparam o desembarque. Ao mesmo tempo, as maiores entidades empresariais do país, Fiesp e Firjan, que há poucas semanas divulgaram um manifesto em defesa da governabilidade, ficaram contrariadas com o corte de verbas do “Sistema S” e agora se colocam francamente ao lado das oposições. Movimentos sociais e sindicatos de servidores públicos organizam manifestações contra os cortes nos programas sociais e o adiamento do reajuste do funcionalismo. Como pano de fundo, a Operação Lava Jato continua a pleno vapor.
Para onde se olha, o apoio ao governo Dilma está se esvaindo rapidamente e crescendo a onda de protestos. A reforma ministerial e administrativa, que a presidente pretendia anunciar na quarta-feira, está ameaçada. Na quinta, está marcada a viagem de Dilma para participar da abertura da Assembléia Geral da ONU, em Nova York, mas agora não se tem mais certeza de nada. No mesmo dia, serão anunciados pelo IBGE os novos números do desemprego.
No Congresso, estão pendentes as votações dos vetos da presidente aos projetos que aumentam as despesas públicas e ainda nem entrou em discussão o pacote fiscal, que vem sendo bombardeado por todos os lados.
Temer, Renan, Cunha, um após outro, os três grandes caciques do PMDB simplesmente se recusaram a discutir nomes para a nova equipe ministerial. Estão tirando o time de campo e já não se sabe ao certo quem, afinal, cuida da articulação política do governo com o Congresso e a sociedade, depois que o vice Michel Temer devolveu a missão a Dilma.
Lula anunciou na semana passada que vai correr o país em defesa do governo, mas até agora não saiu do seu instituto, em São Paulo, onde promove reuniões fechadas à imprensa. Nas inserções de rádio e TV do PT previstas para a próxima semana, o ex-presidente será o personagem central mas, até ontem, a participação de Dilma não estava prevista.
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