Popularidade de Dilma cai até em Belágua, no Maranhão

Oswaldo Viviani – O Globo

Enganado. O agente de saúde Janilson de Sousa disse que Dilma não falou que ia aumentar a conta de luz e a gasolina
Enganado. O agente de saúde Janilson de Sousa disse que Dilma não falou que ia aumentar a conta de luz e a gasolina

BELÁGUA (MA) – Se pouco antes das eleições de outubro de 2014 seria tarefa quase impossível encontrar no município maranhense de Belágua (a cinco horas de São Luís) alguém que não fosse eleitor de Dilma Rousseff (PT), hoje, com a presidente indo para o quarto mês do segundo mandato, é possível dizer que a situação não é mais a mesma.

Os moradores da cidade que deu a Dilma 93,93% dos votos — a maior votação proporcional alcançada pela presidente — e que mantêm plena confiança nela ainda perfazem maioria folgada. No entanto, sem esforço, aqui e ali, em breves conversas com os moradores, já se encontra gente que demonstra ter dúvida sobre em quem votaria hoje, e até arrependimento do voto dado, após os primeiros passos do segundo mandato da petista.

Uma delas é o agente comunitário de saúde Janilson Rodrigues de Sousa, de 38 anos. Casado e pai de dois filhos, Janilson — que votou nos dois turnos em Dilma — viu as manifestações contra a presidente na TV e disse que quem foi às ruas tem razão.

— De certa forma, a Dilma surpreendeu todo mundo, inclusive eu. Ela enganou o povo ao não falar sobre as coisas que começou a fazer logo no começo do seu segundo mandato, como aumentar a conta de luz e a gasolina. Isso afetou não só a mim, mas a todo mundo — afirmou o agente de saúde.

Para Janilson, a presidente tem sido “muito omissa”, principalmente em relação ao acompanhamento dos programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, que para ele “ficam na mão dos prefeitos”.

O GLOBO procurou o prefeito de Belágua, Adalberto do Nascimento Rodrigues, o “Sargento Adalberto”, na sede da prefeitura, mas ele não foi encontrado para comentar o suposto privilégio a beneficiários de programas federais no município. Foi tentado, ainda, contato telefônico, mas o prefeito não atendeu as ligações.

O lavrador Augusto Saminez, 60 anos, também viu pela televisão as manifestações anti-Dilma. Augusto disse que se lembrou do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao escutar e ver nos cartazes dos manifestantes a palavra “impeachment” (com a ameaça de impedimento, Collor renunciou em 1992).

— Isso quer dizer que o povo quer tirar ela como tirou o Collor — concluiu o lavrador.

Para ele, a presidente continua a merecer um voto de confiança, mas “se tudo continuar aumentando, principalmente as contas de luz”, Augusto garante que passa para o lado dos “arrependidos”. CONTINUE LENDO AQUI

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