Sucessor de Cunha na Presidência da Câmara, Waldir Maranhão também é investigado na Lava Jato e votou contra impeachment de Dilma

Gazeta e UOL

Waldir Maranhão foi o terceiro mais gastador da Câmara Federal em 2015
Waldir Maranhão foi o terceiro mais gastador da Câmara Federal em 2015

Com o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara por conta da denúncia por corrupção e lavagem, quem assume o comando da Casa é seu vice, um deputado pouco conhecido, do baixo clero, cuja situação não é muito melhor. Trata-se do maranhense Waldir Maranhão (PP-MA), um dos 32 integrantes do PP investigados na operação Lava-Jato.

Waldir Maranhão foi eleito vice-presidente da Câmara em fevereiro deste ano, com o apoio de Cunha. Se herdar o principal posto na Casa, tornando-se também o segundo homem na linha sucessória da Presidência da República.

Maranhão foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro e investigado por outros crimes na Lava-Jato, como um dos deputados que recebeu dinheiro por meio da empresa GFD, usada pelo doleiro para distribuir propina a políticos.

Além de investigado na mesma operação que Eduardo Cunha, Waldir Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é acusado de crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores.

Impeachment de Dilma Rousseff

Considerado aliado de Cunha na Casa, Waldir Maranhão votou contra o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, contrariando a orientação nacional do PP, seu partido. Devido à atitude, o deputado foi destituído da presidência do diretório estadual do partido no Maranhão.

Médico veterinário de formação, Maranhão está em seu terceiro mandato consecutivo de deputado. Ele se filiou ao PP em 2007. Antes disso foi filiado ao PDT (1985 a 1986), duas vezes ao PSB (1986 a 1988 e 2005 a 2007) e ao PTB (1988 a 2005). No primeiro mandato de deputado, licenciou-se para assumir o cargo de secretário Estadual de Ciência e Tecnologia do Maranhão, na gestão de Roseana Sarney (PMDB), entre maio de 2009 e abril de 2010.

Maranhão também foi responsável por uma série de decisões que favoreceram Cunha no processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética, o qual pode levar à cassação do peemedebista. Na última, o presidente interino da Câmara limitou a investigação do colegiado à suposta existência de contas bancárias não declaradas no exterior pertencentes a Cunha.

Dessa forma, Waldir Maranhão decidiu que o Conselho de Ética não poderá investigar o presidente da Câmara afastado por suspeitas de recebimento de propina, conforme acusam delatores ouvidos pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Cunha nega todas as acusações: tanto de ter contas secretas quanto de recebimento de propina.

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