Adriano Sarney diz “não acreditar” que Justiça acatará pedido de prisão de Sarney

OUÇA AQUI A ENTREVISTA COM ADRIANO SARNEY

Neto de Sarney diz que Sérgio Machado gravou conversas em leito de hospital, enquanto ex-presidente da Transpetro disse que  os áudios foram feitos em casa, nos inúmeros encontros que os dois mantinham. 

adriano sarney
Deputado Adriano Sarney disse que avô foi gravado em leito de hospital; Sérgio Machado diz que áudio foi feito em casa durante inúmeros encontros

Em uma entrevista concedida a esta jornalista e ao blogueiro César Bello (OUÇA O ÁUDIO), nesta terça-feira (07), durante sessão na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Adriano Sarney (PV) disse “não acreditar” que a Justiça acatará o pedido de prisão feito pelo Ministério Público contra o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), seu avô, por suspeita de trama para derrubar a Operação Lava Jato, que investiga uma série de fatos e de denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e propinagem com recursos públicos, principalmente, da Petrobras, envolvendo empreiteiras e políticos.

Na entrevista, Adriano Sarney disse que a gravação sobre a Lava Jato teria sido feita enquanto Sarney estava em um leito de hospital fragilizado. No entanto, Machado e a imprensa nacional têm dito que as gravações foram efetivadas em casa, nos encontros em que os dois mantinham com frequência.

O neto de Sarney disse que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, tem todo o direito de entrar com o pedido de prisão, mas que vale aguardar a decisão da Justiça sobre a solicitação. “Precisamos saber se o Supremo Tribunal Federal (STF)  vai acatar o pedido. Eu acredito que  não vai acatar”, afirmou.

Adriano se irritou quando César Belo o indagou se a certeza de que a Justiça não acataria o pedido tenha algo a ver com “relações de amizade” no Judiciário.  “Não tem isso de amizade”, retrucou o deputado, visivelmente, irritado.

Indagado sobre se não seria vexatório o pedido para que Sarney use as tornozeleiras, Adriano disse que  que isso faz parte do processo, que o Ministério Público tem prerrogativa de fazer o pedido e que caberá à Justiça tomar a medida que for necessária. “De qualquer forma, a gravação foi feita quando o ex-presidente estava fragilizado, em um leito de hospital. Respeito a Justiça, mas essa situação vai ser esclarecida”, disse.

Segundo as gravações, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ao ex-presidente da Transpetro e ex-senador Sérgio Machado, investigado na Operação Lava Jato, ajudá-lo a tirar seu caso das as mãos do juiz Sergio Moro “sem meter o advogado no meio”.

Sobre os R$ 20 milhões de propina

Sobre os R$ 20 milhões de propina que teriam sido dados a Sarney por Sérgio Machado, Adriano Sarney se limitou a dizer que “isso é uma mentira”. Segundo o deputado, o ex-presidente da Transpetro cometeu delito, plantou armadilha em um momento em que o ex-senador estava fragilizado.

“Estamos todos revoltados. A acusação será respondida à altura na Justiça. Vamos nos defender. Sarney é um homem forte, está mais do que que preocupado, ele está revoltado com o que está acontecendo. Ele não está fragilizado, está ta forte e vai fazer com que a Justiça seja feita”, disse.

Entenda o caso

José Sarney; o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-ministro, Romero Jucá, são suspeitos de tentar obstruir as investigações da operação Lava Jato, através de áudios gravados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, da Operação Lava Jato.

Machado detalhou em um testemunho à Justiça o pagamento de subornos feitos a  Sarney, Calheiros e ao senador Romero Jucá, que foi nomeado pelo presidente Michel Temer como ministro do Planejamento, mas teve que renunciar ao cargo poucos dias depois da divulgação das primeiras denúncias do delator.

O ex-presidente da Transpetro divulgou uma série de gravações de conversas que teve com os políticos nas quais discutem sobre estratégias para deter as investigações da Operação Lava Jato.

Em uma delas, o próprio Jucá, antes de ser ministro, propõe “delimitar” as investigações na Petrobras.

O pedido de prisão, realizado pelo Procurador-geral, Rodrigo Janot, está em mãos do magistrado do Supremo Tribunal Teori Zavascki, que deverá se pronunciar a respeito.

Machado, que assinou um acordo com a Procuradoria para colaborar na investigação em troca de redução de suas penas, afirmou que os subornos que recebeu por favorecer grandes empresas com milionários contratos da estatal foram distribuídos entre os membros do PMDB que o indicaram para o cargo e que o ajudaram a permanecer durante 13 anos no comando da empresa.

De acordo com o delator, Calheiros recebeu R$ 30 milhões, Sarney R$ 20 milhões e Jucá outros R$ 20 milhões.

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