Bolsonaro: ‘Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira’

O presidente brasileiro disse que “você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”

Estadão

Para o presidente Jair Bolsonaro, não há fome no Brasil. “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”, disse ele em café da manhã com jornalistas estrangeiros nesta sexta-feira, 19. “Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora, passar fome, não”. Mais tarde, o presidente afirmou não saber por que uma “pequena parte” da população passa fome e por que “outros passam mal ainda”.

O presidente brasileiro disse que “você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”. A fala está disponível na transmissão ao vivo do café, publicada na página de Jair Bolsonaro no Facebook. A declaração foi uma resposta de Bolsonaro a uma pergunta sobre desigualdade e combate à pobreza no País.

“Adotou-se do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) pra cá, PSDB e depois o PT, (a ideia de) que distribuição de riqueza é criar bolsa”, disse Bolsonaro. “É o país das bolsas. O que faz tirar o homem da miséria, ou a mulher, é o conhecimento.”

Dados divulgados em setembro do ano passado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e um grupo de agências da ONU revelaram que o combate à fome no Brasil se estagnou, apesar de o País ter saído do chamado ‘Mapa da Fome’ em 2014.

A entidade apontou que em 2017 havia “menos de 5,2 milhões” de brasileiros passando fome, uma mudança marginal em comparação aos números que vinham sendo apresentados nos últimos anos. Em 2014, essa taxa era de “menos de 5,1 milhões”. Dois anos antes, o volume era de 5 milhões. O ponto mais baixo foi atingido em 2010, quando “menos de 4,9 milhões” de brasileiros eram considerados famintos.

Os números são muito distantes da realidade de 1999, quando 20,9 milhões de brasileiros eram considerados desnutridos, mas, em termos porcentuais, os dados da FAO apontam que a taxa continua estável e inferior a 2,5% desde 2008.

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *