Carlos Alberto Santos Cruz, da Secretaria de Governo da Presidência, foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro

Estadão

Jair Bolsonaro demitiu seu terceiro ministro, e o primeiro da ala militar do governo: caiu o general Carlos Alberto Santos Cruz, da Secretaria de Governo da Presidência.

Depois de investir pesadamente contra Santos Cruz no início de maio, sem sucesso, a ala mais ideológica, ligada à extrema direita e ao filófoso Olavo de Carvalho, logrou ao derrubar um dos mais francos opositores à ocupação de cargos por aliados desse grupo em várias esferas do governo e do predomínio de suas pautas.

Santos Cruz se opôs à extrema ideologização de postos como a Apex, agência que cuida das exportações, e do MEC, o Ministério da Educação, ambos inicialmente loteados de olavetes. O período de investida aberta de Olavo e seus seguidores, inclusive filhos do presidente, contra Santos Cruz foi rebatido pela defesa enfática feita por outros militares fortes no governo, como o general Eduardo Villas Bôas, ao colega de armas. Santos Cruz ficou, mas sua relação com Bolsonaro nunca mais voltou a ser o que era.

Com a queda de Santos Cruz e o enfraquecimento de Sérgio Moro, outro pilar importante do governo, a ala ideológica vai ganhando espaço. A “forra” vem justamente depois de um período de relativo recolhimento de Olavo e de seus pupilos, além de Carlos Bolsonaro. Relativo porque nenhum deles deixou de estar ativo, e o ideólogo da Virgínia não aguentou nem uma semana sem publicar seus palavrões nas redes sociais. Vitória também do assessor especial de Bolsonaro para temas internacionais, Filipe Martins, que era um antípoda de Santos Cruz no Palácio do Planalto, além de animador da militância mais ideológica nas redes sociais.

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