Centrão entra na Educação e enfraquece ministro Weintraub

Ministro Abraham teria se irritado com o ‘toma lá, dá cá’ iniciado por Jair Bolsonaro

Ao entregar para o Centrão uma diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão com orçamento previsto para este ano de R$ 29,4 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro deu sinal claro do enfraquecimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, um dos pilares da chamada ala ideológica do seu governo. A avaliação foi feita por aliados do próprio ministro, que o veem no momento mais frágil desde que assumiu o posto, em abril do ano passado, mesmo tendo o apoio dos filhos do presidente.

Desta vez, porém, Weintraub bateu de frente com Bolsonaro ao questionar a nomeação de indicados pela “velha política”. Contrariado, o ministro da Educação, segundo interlocutores, foi reclamar com o presidente por retomar a prática do “toma lá, dá cá”, no qual o governo distribui cargos em troca de votos no Congresso. Mas teve que “engolir seco”. O presidente se irritou com o subordinado, inclusive o acusando de ter vazado informações sobre a negociação.

Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas, Bolsonaro passou nas últimas semanas a distribuir cargos a políticos do Centrão para evitar um possível processo de impeachment. Progressistas e Republicanos já haviam sido contemplados com cargos. 

Na segunda-feira, 18, a diretoria de Ações Educacionais do FNDE, uma das mais importantes do órgão, foi entregue ao PL, sigla do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão. Garigham Amarante Pinto, ex-assessor do gabinete do partido na Câmara, vai ocupar o posto.

Weintraub delegou ao seu secretário executivo, Antonio Vogel, assinar o ato de nomeação no Diário Oficial da União. Procurado, o MEC não esclareceu o motivo. A expectativa é de que nos próximos dias a presidência do FNDE seja entregue a um nome indicado pelo Progressistas, do senador Ciro Nogueira (PI). Há ainda promessa de uma chefia no órgão ao Republicanos, do deputado Marcos Pereira (SP). Os dois políticos são alvo da Lava Jato e já ganharam cargos no governo.

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