Depois de pesquisa, ordem de Bolsonaro é não cometer erros; Haddad vai mirar em nordestinos

Os candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil e Andre Penner/AP

G1

Depois da primeira pesquisa Datafolha no segundo turno, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, deu uma ordem à sua equipe: não cometer erros porque a vitória estaria garantida. Já o petista Fernando Haddad terá a missão de recuperar votos perdidos no Nordeste e também no Sudeste. Não basta apenas atrair os 6% de indecisos. Ele acredita, porém, que pode crescer oito pontos e chegar empatado com o capitão reformado do Exército.

O levantamento do Datafolha mostrou Bolsonaro 16 pontos à frente de Haddad: 58% a 42%. A mesma diferença do final do primeiro turno nos votos válidos. Como no segundo turno cada ponto que um candidato ganha pode significar perda na mesma proporção do outro, um crescimento de oito pontos da parte de Haddad pode embolar a disputa.

O candidato do PSL, porém, acredita que não irá perder votos caso sua campanha não cometa erros. Bolsonaro não quer apenas evitar erros, desenha uma estratégia para ganhar pontos nas próximas pesquisas. Daí surgiu a ideia, lançada no início da reta final, de criar o 13º para os que recebem o Bolsa Família. Saiu na frente do PT apresentando uma medida que pode ter forte impacto no Nordeste, onde conquistou votos antes destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad, do seu lado, quer recuperar os votos perdidos entre os nordestinos para ampliar sua liderança na região, única em que vence Bolsonaro. Conta, para isso, com os governadores aliados que ganharam suas eleições no Nordeste, a maioria, para esta missão. Mas também subir apenas no Nordeste não resolve para o petista. Ele precisa também melhorar seu desempenho na região Sudeste, onde, no passado, o PT tinha bom desempenho e hoje sofre com uma rejeição elevada.

Para isso, Haddad vai ser mais Haddad no segundo turno. Já providenciou a retirada da cor vermelha como predominante no seu material de campanha. Passará a usar mais o verde e o amarelo, tudo na busca de reduzir o antipetismo, muito forte na região Sudeste. Ele conta também com uma campanha para tentar convencer os eleitores que optaram por não votar, os que se abstiveram, a comparecerem às urnas no dia 28 de outubro e destinarem seus votos para o PT. O problema é que a abstenção, em eleição presidencial, costuma ser mais alta no segundo turno.

O petista também vai, em sua propaganda no rádio e TV, insistir na estratégia de associar Bolsonaro à violência por causa de suas propostas na área de segurança, de linha dura, e dos últimos episódios de agressões entre eleitores de Bolsonaro e de Haddad. O candidato do PSL, procurando se antecipar, registrou nas redes sociais que “dispensa” votos dos que praticam violência na campanha, numa reação às críticas feitas até por seus assessores de que ele deveria ter condenado com mais veemência o assassinato de um mestre de capoeira, ocorrido depois de uma briga com um homem que seria simpatizante do candidato do PSL.

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