No afogadilho, Assembleia “elege” Washington para o TCE

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Washington foi eleito no afogadilho para vaga no TCE

Em um único dia, a Assembleia Legislativa do Maranhão “acelerou” mais do que uma “ferrari” para “eleger”, em sessão extraordinária, nesta quinta-feira (28), o vice-governador Washington Luís o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Pela votação aberta, ele obteve 29 votos favoráveis e quatro contra. Apenas o deputado Marcelo Tavares (PSB) se absteve.  Foram oito os ausentes.

Mas no início da tarde desta quinta, o juiz José Edilson Caridade Ribeiro concedeu liminar favorável ao pedido dos deputados Domingos Dutra (SDD) e Bira do Pindaré (PSB), que pediam a interrupção do processo de escolha do novo conselheiro. No entanto, a decisão pode ter sido tomada tarde demais.

A Assembleia Legislativa não foi notificada a tempo da decisão. O processo de eleição do novo conselheiro do TCE já havia ocorrido. Porém existe ainda uma remota possibilidade de todo o processo ter sido anulado.

Eleição às pressas

Sob os protestos do deputado Bira do Pindaré (PSB) que, na sessão de quarta-feira (27), havia denunciado o uso da eleição do TCE para fins políticos, a Assembleia Legislativa realizou, no afogadilho, a audiência de arguição com Washington Oliveira, na manhã desta quinta (27). E em questão de menos de duas horas, apresentou e aprovou parecer e requerimento para apreciação do plenário.

Se acelerou como “ferrari” em menos de 24 horas depois do presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Mello (PMDB), ter passado a impressão, em entrevista à imprensa, de que o processo ainda obedeceria vários trâmites  e um pouco mais de dias para ser concluído, o parlamento esperou todo o desenrolar do Processo de Eleição Direta (PED) do PT para realizar a “eleição”.

A forma com que as coisas se deram em relação à eleição do novo conselheiro levou os deputados Bira do Pindaré (PSB) e Domingos Dutra (PT) a ingressaram com uma ação na Justiça, alegando que o TCE estava sendo usado com fins políticos, visando a uma manobra com eleição indireta para conduzir o secretário estadual de Infraestrutura e pré-candidato do PMDB ao governo, Luís Fernando, ao cargo de governador antecipadamente.

“Mais conveniente”, segundo Arnaldo Mello

Por conta dos movimentos, o clima esquentou, na quarta-feira (27), depois que o deputado Bira do Pindaré foi para a tribuna questionar o processo para a eleição do novo conselheiro. O presidente da Assembleia Legislativa não gostou nem um pouco das provocações e disse que a prerrogativa de escolher o novo membro seria da Casa que decidiria pelo que fosse mais conveniente, tanto no campo político, quanto no aspecto técnico.

“Nós temos que eleger um conselheiro para o TCE. Então colocaremos quem nos parecer mais conveniente, tanto no campo técnico quanto no campo político, porque essa Casa aqui é uma Casa política”, disparou o presidente da Assembleia Legislativa ao responder à pergunta desta editora sobre denúncia feita por Bira dando conta de suposta manobra, usando o TCE para forçar uma eleição indireta ao governo do Estado.

Quanto à questão da possibilidade de uma eleição indireta para governador do Estado na Assembleia Legislativa, o deputado disse que a Casa sempre respeitará a Constituição, mas que essa discussão ainda é precoce porque a governadora Roseana Sarney ficará no cargo até o dia que ela quiser. “Não tenho intimidade com ela para tratar desses assuntos”, afirmou.

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