Justiça suspende pagamento de precatórios à Constran, após denúncia de suborno

Decisão foi anunciada depois de denúncia de suborno feita por Meire Póza, que era contadora do doleiro Alberto Yousseff.

Com informações do Jornal Nacional

Caso está sendo encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça
Caso está sendo encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça

A Justiça do Maranhão determinou que o Estado suspenda o pagamento de um precatório à construtora Constran. Essa decisão foi anunciada depois de uma denúncia de suborno e propinagem, que envolve integrantes do governo Roseana Sarney, feita por Meire Póza, que era contadora do doleiro Alberto Yousseff, um dos presos na Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

O depoimento de Meire Poza à Polícia Federal foi enviado pela Justiça Federal do Paraná ao Superior Tribunal de Justiça. O STJ é o responsável por analisar denúncias envolvendo governadores.

Após a denúncia, o Tribunal de Justiça do Maranhão suspendeu o pagamento do precatório do governo estadual à Constran, com isso nenhuma parcela poderá ser repassada pelo governo maranhense até que haja uma decisão definitiva do Tribunal. A juíza Luiza Nepomucena alegou que a medida é necessária para a garantia da proteção do patrimônio público e da moralidade administrativa, e também pediu cópia, à Polícia Federal, das investigações sobre o suposto acordo do precatório.

A decisão foi tomada um dia depois da reportagem do Jornal Nacional que mostrou o depoimento da contadora. Segundo ela, a construtora Constran pediu que o doleiro Alberto Yousseff subornasse o governo do Maranhão, oferecendo R$ 6 milhões. Em troca, a empresa furaria a fila de pagamentos judiciais e receberia, antecipadamente, R$ 120 milhões em precatórios. Ainda segundo a contadora, por ter negociado o acordo, Yousseff receberia R$ 12 milhões.

A contadora também disse que o acordo teve a participação de pessoas da alta administração do governo do Maranhão. Segundo o portal da transparência do Governo Estadual, já foram liberados R$ 33 milhões desse precatório à Constran.

Ação foi movida pelos deputados da Oposição

A ação que gerou a decisão judicial foi movida pelos deputados Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Marcelo Tavares (PSB), Othelino Neto (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), que moveram ação popular na 1ª Vara da Fazenda Pública do Estado do Maranhão, pedindo que, para o bem dos cofres públicos maranhenses, fossem suspensos os pagamentos à empresa. A ação foi protocolada em maio deste ano e a decisão foi dada na última terça, 12 de agosto.

Além da suspensão do pagamento, a juíza determinou ainda que a governadora Roseana Sarney, a procuradora-geral do Estado (Helena Maria Cavalcanti Haickel) e os representantes legais da empresa Constran S/A a prestar esclarecimentos sobre o acordo firmado para pagamento da dívida.

Empresa se manifesta na Globo

Em nota, a empresa afirmou que celebrou, de forma transparente, um acordo com o governo do Maranhão para receber por uma obra realizada em 1988. E que não ‘furou a fila’ dos precatórios. A Constran declarou ainda que não contratou Youssef para fazer consultoria ou negociar esse precatório.

Mas trocas de e-mails já reveladas em relatórios da Polícia Federal mostram o diretor da UTC, Walmir Pinheiro, empresa que controla a Constran, comemorando um acerto com Youssef – que, segundo os investigadores, é apelidado de primo – e o diretor Augusto Cesar Pinheiro, da Constran.

Walmir diz: “Augusto e primo, parabéns pela concretização do acordo com o governo do Maranhão. Sei perfeitamente o quanto foi duro fechar esta operação”. A Constran foi questionada sobre o e-mail. Respondeu que não tem nada a acrescentar.

Roseana se pronuncia e diz que ” está indignada”

VEJA O PRONUNCIAMENTO DA GOVERNADORA AQUI

Antes de saber da decisão da Justiça, que suspendeu o pagamento do precatório, a governadora do maranhão, Roseana Sarney, negou todas as acusações. E disse que os pagamentos judiciais foram feitos de forma legal.

“Eu estou indignada e revoltada com a inclusão do meu governo nesse processo. Nós só fizemos o que a Justiça mandou e com a anuência do Ministério Público. E decisão judicial a gente não discute, a gente cumpre”, afirma a governadora do Maranhão Roseana Sarney.

As declarações de Meire Poza sobre o esquema do doleiro com políticos e empresas agora serão dadas no Congresso. Nesta quarta-feira (13), ela será ouvida no Conselho de Ética da Câmara no processo que investiga a ligação do deputado Luiz Argolo, do Solidariedade da Bahia, com Alberto Yousseff.

João Abreu divulga nota e se defende

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