Ministério da Saúde decide rescindir contrato de compra da Sputnik V

Assim como deve acontecer com a Covaxin, o Ministério da Saúde vai rescindir o contrato para a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. O anúncio depende apenas da conclusão das análises jurídicas necessárias.

Segundo o jornal Valor apurou, o governo vai argumentar que a vacina não conseguiu obter a aprovação total da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que consta como uma das exigências do contrato, que teve a empresa União Química como intermediária. O imunizante é cheio de restrições. Não pode ser aplicado em grávidas, idosos e pessoas com comorbidade, além de não ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Anvisa autorizou, no dia 4 de junho, a importação excepcional de um volume reduzido de doses da vacina, mas com uma série de restrições e responsabilizacões, quando ainda se esperava um ok da OMS. Isso aconteceu por conta da falta de informações que garantissem a segurança e a eficácia da Sputnik V.

Além do volume reduzido, correspondente a, no máximo, 1% da população, a vacina só poderia ser aplicada após aprovação de cada lote pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). As primeiras aplicações também teriam que ser seguidas por uma intensa ação de vigilância, a fim de observar efeitos adversos. Somente pessoas jovens e sem comorbidades poderiam receber o imunizante.

Diante disso, o governo chegou à conclusão de que não faz mais sentido seguir com a Sputnik e a Covaxin, esta última envolvida em denúncias de corrupção. No caso da vacina russa, há ainda um contrato de 37 milhões de doses fechado com o Consórcio de Governadores do Nordeste.

Na última segunda-feira (19), o consórcio cobrou do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a inclusão da Sputnik V no Programa Nacional de Imunizações. Queiroga, no entanto, sinalizou que não pretende atender ao pleito por conta das questões mundiais, pois nem a OMS credenciou ainda o uso do imunizante.

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