Morte na prisão em Barra do Corda: o criminoso uso político de uma tragédia

Por Cunha Santos

Francisco Ednei Lima Silva

Há, ou pelo menos deveriam haver, limites humanitários para o exercício da atividade política. O respeito à dor alheia, por exemplo, à comoção de uma cidade diante de uma morte inesperada, o respeito ao desespero de familiares e amigos, precisam ser resguardados acima de qualquer interesse em querer atingir os adversários.

É deprimente a forma como deputados e a mídia sarneisista vem utilizando a morte incidental do comerciante Francisco Ednei Lima Silva, após sua prisão em virtude de um acidente de trânsito, para angariar ganhos políticos e fustigar o governo do Estado. E sabendo que Flávio Dino deles herdou o mais completo desastre na segurança pública e busca consertar com investimentos maciços, responsabilidade e determinação; sabendo a situação degradante em que deixaram todos as prisões, todos os prédios, todas as polícias, todas as delegacias.

O governo informa que a estrutura existente em Barra do Corda tem por finalidade garantir o banho de sol de presos provisórios e que em janeiro de 2015 o governo Flávio Dino encontrou 1.600 destes presos em delegacias, número reduzido a menos de 800, mesmo com o aumento de 50 % na detenção de suspeitos.

Querem apontar culpados por um crime que é mais deles que de qualquer um. Eles sucatearam o Sistema Estadual de Segurança Pública, pois mais ocupados estavam em reverter processos por corrupção que poderiam levar eles mesmos à cadeia.

Todos lembram. Todos sabem o perigo que foi viver no Maranhão, especialmente em São Luís, nos anos de 2013 e 2014, durante o governo Roseana Sarney. Na maioria dos casos, não havia nem onde prender ninguém, nem polícia suficiente para fazê-lo. E, embora criando 1400 novas vagas no sistema prisional nos últimos dois anos, é óbvio que o atual governo ainda não teve tempo de consertar tudo o que eles esbandalharam. Só por deter a verdadeira olimpíada de crimes ocorrente no Maranhão durante o governo Roseana Sarney, a Secretaria de Segurança Pública já merece ser aplaudida.

A polícia já instaurou inquérito para apurar a morte do comerciante, conforme informações, vítima de uma crise de hipertensão cuja origem ainda precisa ser esclarecida. Mas usar essa lamentável tragédia como arma contra adversários políticos, colocando a família enlutada no meio de um tiroteio verbal que só pode agravar a sua dor, é de uma impiedade e falta de caráter capaz de fazer corar um frade de pedra.

Meus pêsames à família de Francisco Edinei Lima Silva.

Meus pêsames ao Maranhão, pela existência de gente disposta a obter dividendos políticos tripudiando sobre a dor alheia.

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