Em resposta a provocações do governista Roberto Costa (PMDB), os deputados estaduais Othelino Neto (PCdoB) e Rubens Júnior (PCdoB) disseram, na sessão desta terça-feira (19), que a Oposição quer discutir, sim, a questão da greve dos professores de São Luís, no entanto não aceita desviar o foco das investigações sobre a denúncia de suposto suborno e propinagem contra o governo do Maranhão, que envolve a empresa Constran. Segundo os parlamentares, a negociação com a categoria do magistério da capital está em andamento e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr, está empenhado em resolver a situação.
Segundo Othelino Neto, a greve dos professores é um assunto da maior importância é e a questão tem que ser resolvida o quanto antes. Ele disse que a negociação não parou e que o prefeito é um homem de postura, um político aberto, reconhecido pela sua capacidade de dialogar. “A determinação dele é para que se avance na negociação. E o secretário de Educação, Geraldo Castro, tem se esforçado para isso. Tenho conversado com ele. O impasse ainda permanece, mas eu tenho certeza que será solucionado”, enfatizou.
Othelino disse que a Assembleia pode discutir o assunto da greve à exaustão, muito embora a Câmara Municipal de São Luís, que deve ser intermediária no processo de negociação, seja o ambiente onde a questão deve ser discutida, mas não pode deixar de lado o caso Constran, que evidenciou um suposto esquema de suborno contra o governo, envolvendo, inclusive, a governadora Roseana Sarney. “A Polícia Federal investiga altos membros da cúpula do governo do Maranhão por envolvimento com o recebimento de propina. Então, nós não podemos tapar o sol com a peneira”, comentou.
Othelino lembrou que a Oposição tem um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito, para a qual coleta assinaturas, e reiterou que a bancada não tem medo de discutir nada. “A governadora foi pega na mentira. Ela disse que pagou o precatório da Constran por ordem judicial e o Tribunal de Justiça disse que não determinou nada. Eu quero que vocês aprovem, bancada governista, o requerimento de convocação dos secretários para possibilitar que eles se expliquem aqui nesta Casa e vamos assinar a CPI”, assinalou.
Negociações
Respondendo a Roberto Costa, Rubens Jr disse que o secretário Geraldo Castro, que já foi elogiado inclusive em outros momentos na Assembleia, vem fazendo o que é possível para negociar o fim da greve dos professores de São Luís. “A mesa de diálogos está posta. Eu não vou criminalizar o movimento sindical. Pelo contrário, é legítimo que se exerça o direito de greve. Mesmo o Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal, tendo reconhecido a ilegalidade, eu entendo que o prefeito e o secretário têm que sentar e juntos encontrar uma forma de solucionar esse impasse”, ressaltou.
Rubens Jr lembrou que, no ano passado, foi concedido reajuste de 9%, as escolas passaram por reforma, além de outros avanços, mas muito ainda há por fazer. “Então, tenho convicção de que com o diálogo, nós conseguiremos resolver esse problema”, frisou.
Na mesma linha de pensamento de Othelino, Rubens Jr defendeu que a questão da greve deve ser tratada na Assembleia, sem que se fuja de investigar o escândalo do caso Constran, que revelou um esquema de suborno e propinagem no governo do Maranhão, a clínica fantasma, entre outras denúncias contra o Estado que devem ser esclarecidas.
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