PCdoB e PPL celebram união em grande ato político

Em nota assinada pelos dois partidos, as legendas informaram que as negociações para a junção dos quadros começaram logo após as eleições deste ano

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) anunciaram uma fusão entre as duas legendas, durante uma reunião de lideranças que ocorreu na tarde de domingo (2), na capital paulista. O encontro foi na sede do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.

Em nota assinada pelos dois partidos, as legendas informaram que as negociações para a junção dos quadros começaram logo após as eleições deste ano. A ideia partiu da direção do PCdoB, que acabou mantendo o nome, apesar da união entre os dois partidos.

Na reunião, o presidente do PPL, Sérgio Rubens, declarou que os integrantes dos dois partidos podem não concordar 100% nas diretrizes, mas que há pontos que devem ser defendidos por todos. Os partidos declararam que pretendem lutar contra a ascensão da extrema-direita no Brasil e que vão fazer oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Em nota assinada pelos dois partidos, as legendas informaram que as negociações para a junção dos quadros começaram logo após as eleições deste ano

Luciana Santos destacou que aquele ato político era um marco histórico, num momento de derrota estratégica com a ascensão da extrema direita ao governo. Segundo ela, isso significa o fim de um ciclo democrático com a forte ameaça de uma nova ordem de sentido antidemocrático. Esse cenário, afirmou, impõe aos revolucionários do PPL e do PCdoB essa união para enfrentá-lo. Para a presidenta do PCdoB, o que ocorre no Brasil é parte de um fenômeno mundial, com a extrema direita assumindo governos em muitos e países e demonstrando forças em outros.

Ela citou que em 2013 as manifestações que ocorreram no país começaram por questões justas, mas caíram no domínio do processo golpista, cooptadas pelos mecanismos da chamada “guerra híbrida”, com o amplo uso da internet. As eleições de 2018 ocorreram nesse contexto, com o agravante de uma crise econômica grave, iniciada ainda no governo da presidente Dilma Rousseff, com alto índice de desemprego. A candidatura Bolsonaro surgiu nesse ambiente, falsamente declarada como sendo do antissistema e da antipolítica, por ser ele um deputado federal com longa carreira parlamentar.

Nas eleições deste ano, os dois partidos estiveram em lados diferentes na disputa. Enquanto o PCdoB lançou a deputada federal Manuela d’Ávila como candidata a vice na chapa de Fernando Haddad (PT), o PPL tentou a Presidência da República com chapa pura. O filho do ex-presidente João Goulart era o candidato da legenda ao cargo máximo do Executivo. O PCdoB também afirmou que realizará um congresso extraordinário da legenda, no dia 17 de março de 2019, para concluir o processo de integração entre os dois partidos.

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