A Polícia Federal realiza, nesta quarta-feira (3), operação de combate a uma suposta extração ilegal de madeira em Barra do Corda. Batizada de Pterodon, a ação cumpre 22 mandados de busca e apreensão e sete de suspensão da atividade econômica na Terra Indígena Cana Brava. Segundo a investigação, a madeira extraída ilegalmente abasteceria serrarias, movelarias e depósitos clandestinos.
Durante as investigações, foram identificados diversos estabelecimentos madeireiros que estaruam atuando na clandestinidade, sem emissão de Documento de Origem Florestal (DOF), bem como seus possíveis proprietários. As condutas estariam acontecendo há vários anos, causando impactos e danos consideráveis ao meio ambiente e ao equilíbrio ecológico, de acordo com as investigações.
Em imagens de satélites, foram detectados 177 alertas de desmatamento na reserva Cana Brava, no período de um ano. Os empreendimentos madeireiros alvos dessa operação atuaram em cerca de 40 km da Terra Indígena Cana Brava, o que, para a polícia, demonstra a viabilidade econômica para atuarem na ilegalidade com extração de madeira em área protegida para abastecer, supostamente, esses estabelecimentos, auferindo lucro fácil.
Os investigados poderão responder por crimes como receptação qualificada, depósito de produto de origem vegetal sem licença válida, funcionamento de estabelecimentos potencialmente poluidores sem autorização, dentre outros, com penas que podem chegar a 9 anos de prisão.
Participam da operação 110 policiais federais, bem como servidores do IBAMA, Corpo de Bombeiros Militar (CBM), ICMBio e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). O nome Pterodon refere-se a um gênero botânico considerado uma das espécies mais valiosas da Terra Indígena Cana Brava.
