Durante três dias, a população de São Luís perdeu o seu direito de ir e vir a partir das 18h, como uma espécie de “toque de recolher”. Com medo e sem transporte público no final da tarde, empresas e comércios fecharam mais cedo e a correria das pessoas foi grande para não iniciar a noite nas ruas da capital maranhense, tomada pelo medo e pela insegurança, principalmente após as ocorrências da última sexta-feira (03), quando ônibus foram incendiados e postos da Polícia Militar foram atacados por facções criminosas que comandam o Complexo de Pedrinhas.
Com as ameaças, o perigo de novos ataques e o clima de insegurança nas ruas e nos bairros, os rodoviários não tiveram outra opção. Cruzaram os braços e deixaram a cidade sem ônibus à noite, durante três dias, até que estivesse garantida a segurança que, há muito tempo, perderam em São Luís, haja vista o aumento da criminalidade no transporte público.
Na noite de segunda-feira (06), no entanto, uma reunião entre representantes da Secretaria Municipal de Trânsito (SMTT), dos rodoviários e da Polícia Militar acertou a normalidade da circulação dos ônibus para esta terça-feira (07), caso estejam reestabelecidas as condições de segurança após às 18h na capital maranhense
Porém, na tarde de segunda-feira (06), o Centro da Cidade já estava se esvaziando desde às 16:30h, conforme fotos feitas por esta editora. Engarrafamento mesmo somente nos pontos de saída para as avenidas mais movimentadas. À noite, as ruas de São Luís têm ficado, praticamente, desertas. Com medo, as pessoas se retraem mais e se trancam em casa.
Clima de insegurança apavora quem depende do transporte público
Além disso, a morte da menina Ana Clara, queimada por criminosos em ação comandada de dentro do Complexo de Pedrinhas, entristeceu, chocou a população ludovicense. O perigo e o medo de outros incêndios apavoram as famílias, principalmente, aquelas que dependem do transporte público ou que têm parentes trabalhando neste sistema.
O caos que se instalou no Sistema Penitenciário do Maranhão não surgiu por um acaso. Existem responsáveis por isso: as autoridades estaduais. Porém, nem mesmo o agravamento da crise é capaz de fazer com que a governadora Roseana Sarney troque o comando da Segurança Pública, que já provou que não tem competência para conduzir o sistema, nem muito menos esse momento.
Jornal da Globo relaciona caos no Sistema Penitenciário com a Política no Maranhão
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O Jornal da Globo, na madrugada desta terça-feira (07), abordou, mais uma vez, em destaque, o caos no Sistema Penitenciário ao anunciar que o governo Roseana Sarney aceitou a ajuda do Ministério da Justiça para a transferência dos líderes das facções criminosas, que estão em Pedrinhas, para presídios mais seguros em Brasília.
Desta vez, o Jornal da Globo analisou o caos, relacionando-o com a política do Maranhão e ressaltou que a demora na tomada de atitudes se justifica por conta das relações do grupo Sarney, por exemplo, com o PT da presidenta Dilma Roussef e da preocupação com os reflexos disso nas eleições de 2014. O governo de Roseana teme um desgaste político em favor do maior adversário, o pré-candidato do PCdoB, Flávio Dino, à sucessão estadual.
O Jornal da Globo disse ainda que o PT da presidenta Dilma está em uma situação delicada no Maranhão, pois é aliado nacional de dois adversários políticos no Estado: o PMDB, controlado hoje pelo grupo Sarney, e o PCdoB que vão disputar o governo nas eleições de 2014.
Henrique Santos liked this on Facebook.