Universitários do Instituto Federal de Brasília (IFB) protestaram, no fim da tarde desta quinta-feira (6), contra os bloqueios no orçamento do Ministério da Educação (MEC), feitos pelo Governo Federal. Os estudantes chegaram a interditar parcialmente as vias no local e impactaram o trânsito. Porém, momentos depois, o acesso foi liberado e a polícia ficou apenas monitorando o ato.
A manifestação é reflexo do que estar por vir nas demais federais do país por conta do significativo corte de recursos. Porém, em coletiva de imprensa, também nesta quinta, o ministro da Educação, Victor Godoy afirmou que o bloqueio não afeta em “nenhum centavo” as universidades e institutos federais.
Godoy afirmou que não haverá suspensão de verbas, mas admitiu que a medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), editada em 30 de setembro, vai bloquear parte do orçamento – R$ 1,3 bilhão – por um período.
Já o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Marcelo Fonseca, afirmou em entrevista, que o corte levará as universidades a reduzir gastos com itens, como água, luz, segurança, limpeza e os restaurantes universitários. “As universidades ficam inviabilizadas com esse contingenciamento”, afirmou o presidente da Andifes.
O governo afirma que os bloqueios orçamentários, ao longo do ano, vêm atender à regra do teto de gastos, pela qual as despesas da União não podem superar a inflação do ano anterior.
Corte
Há duas semanas, o governo anunciou o bloqueio de mais R$ 2,63 bilhões no orçamento da União, levando o montante bloqueado a R$ 10,5 bilhões em todas as áreas. Segundo o governo, parte do montante referente ao Ministério da Educação deve ser recomposta em dezembro.
O Ministério da Educação é a pasta que sofreu o maior congelamento de verbas neste ano, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado. São quase R$ 3 bilhões, sem incluir as emendas parlamentares.