Um embate como há muito não se via na Assembleia Legislativa

Sem entrar no mérito de quem venceu o debate ou dos detalhes evidenciados nas falas de um lado e de outro, assistimos a um embate, na sessão desta quarta-feira (20), como há muitos anos não se via na Assembleia Legislativa do Maranhão. Sim, arrisco dizer que, desde o governo Roseana Sarney, não víamos tal nível que tão bem caracterizasse tese e antítese com dose de “teoria aristotélica”.

Falo do embate travado entre o atual líder do governo na Assembleia, o direitista deputado Neto Evangelista (União Brasil), e a já chamada, nos bastidores, de “nova oposição” (ainda não oficializada), formada pelos experientes esquerdistas Othelino Neto (PCdoB), Rodrigo Lago (PCdoB), Carlos Lula (PSB) e Júlio Mendonça (PCdoB). E os motivos foram recentes pronunciamentos em tribuna e entrevistas que apontaram, talvez, falhas, sugestões ou mesmo críticas construtivas sobre a linha de governo adotada pelo governador Carlos Brandão.

Quem acompanhou de perto pôde observar as expressões entre o paredão esquerdista e a nova liderança do governo, agora sob a batuta do direitista Evangelista que, recentemente, relatou, positivamente, o Título de Cidadão à ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (PL).

Sim, os esquerdistas estavam todos na primeira fileira do plenário Nagib Haickel, atentos e expressivos em relação ao embate trazido por Neto Evangelista. Mas qual era o alvo principal do novo líder do governo Brandão, em sua primeira investida no grande expediente, neste novo posto: o PCdoB, outrora um dos principais partidos que serviu de alicerce para a eleição do governador. Partido que hospedou um dos maiores líderes políticos do Maranhão, o ex-governador Flávio Dino

Aí vem a clássica reflexão sobre as voltas que o mundo dá e sobre a roda que gira na política. Neto Evangelista não esteve no palanque de Brandão e nem o apoiou, pelo menos, não oficialmente, e tampouco vestiu a camisa do presidente Lula, mas tornou-se o líder do governo eleito com o apoio do PT. E o PCdoB, que foi um de seus maiores “leões”, foi o alvo do combate nesta, para mim, inesquecível sessão plenária. E é claro que, neste clima, haverá outras com esse nível de debate.

No início do texto, citei a “teoria aristotélica da gravidade” a propósito e por contexto desta análise. O filósofo afirmava que “todos os corpos se movem em direção ao seu lugar natural”. Para alguns “objetos”, Aristóteles dizia que o lugar natural tinha que ser o centro da Terra, e, portanto, eles cairiam em direção a ela.

Então, traga a teoria aristotélica para a política. Como diz o ditado: “tu ainda vais ver coisa!”. Depois, reflita e imagine!

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