O deputado estadual Zé Inácio (PT) recebeu uma dura punição por ter votado a favor do requerimento do colega Júlio Mendonça (PCdoB), que sugeria homenagens aos movimentos sociais: MST, Fetaema e Contag, na quarta-feira (03). Para a surpresa do petista, no dia seguinte à votação, o governador Carlos Brandão (PSB) devolveu a titular Ana do Gás (PCdoB) de volta para o mandato.
Ana do Gás estava na Secretaria de Estado Extraordinária de Assuntos Legislativos do governo do Estado, permitindo que Zé Inácio assumisse o mandato em um entendimento com o Palácio dos Leões.
Para a supresa do petista, que não foi, sequer, avisado com tempo para se preparar, hoje Ana do Gás reapareceu, tomando-lhe o gabinete de volta.
Nos corredores da Assembleia Legislativa, corre a desculpa esfarrapada da desincompatibilização para disputar eleições, mas Ana do Gás poderia fazer isso em até quatro meses antes das eleições, nas condições que a impactam. Ou seja, Zé Inácio ainda poderia permanecer por mais dois meses no mandato. Mas foi punido.
“Punição honrosa”, disse um petista, que preferiu não se identificar, ao defender que é melhor ser punido por apoiar os trabalhadores do que negar uma homenagem a movimentos que sempre estiveram ao lado do presidente Lula. E é o certo.
Depois que a repercussão negativa da descortesia aos movimentos sociais chegou a Brasília, a Assembleia Legislativa teve que voltar atrás após o líder do governo, deputado Neto Evangelista (União Brasil), ter articulado a derrubada das homenagens. Foi um tiro no pé, e o parlamento teve que se corrigir e votar novos requerimentos, para desfazer a descortesia e aprovar a deferência.