Deputado diz que está sendo vítima de um “assassinato moral” e defendeu CPIs da Agiotagem e Pistolagem
Deputado Raimundo Cutrim |
O deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD) fez um duro pronunciamento, na manhã desta quinta-feira (25), sobre insinuações da Imprensa, sobretudo a miranteana, de que ele estaria envolvido com a agiotagem e com o assassinato do jornalista Décio Sá, morto em abril do ano passado. O parlamentar confessou, na tribuna, que trocava confidências com o repórter e, em certas ocasiões, até o orientou. Disse que estranha o empenho do grupo Sarney em envolvê-lo no caso, depois de tantos anos de serviços que ele prestou ao Estado.
Raimundo Cutrim se disponibilizou para assinar possíveis CPIs da Agiotagem e da Pistolagem na Assembleia Legislativa e disse que quer ver as coisas serem passadas a limpo para que não fiquem mais suspeitas. Ele negou qualquer envolvimento com o assassinato de Décio Sá e com o esquema de agiotagem no Maranhão.
O que chamou bastante atenção, durante o pronunciamento, foi a indignação de Raimundo Cutrim contra o grupo Sarney. O parlamentar vê um complô contra ele e chegou a citar um desrespeito aos 12 anos de serviços que prestou aos governos sarneysistas. “Estou sendo vítima de um assassinato moral”, disparou.
Durante o pronunciamento, Cutrim não negou envolvimento com Júnior Bolinha, acusado de ter contratado o assassinato do jornalista. “Não posso negar que conheço o Bolinha, agora não sou conivente com o que ele pratica. Uma coisa é conhecer, outra é ser conivente. Por exemplo, conheço o Bira do Pindaré, sou amigo dele, mas não seria convivente se ele cometesse um crime”, explicou.
Deputados como Othelino Neto (PPS), Max Barros (PMDB), Rubens Júnior (PCdoB), Claide Coutinho (PSB) e Eliziane Gama (PPS) demonstraram solidariedade a Raimundo Cutrim durante a sessão.