E por que volto para casa?


* Por Jacir Moraes
*Jacir Moraes colabora com este blog
Os problemas que vivemos, dos últimos anos até os dias atuais, deixam-nos de cabelo em pé, deixam-nos frustrados e, cada vez mais, caminhando para o crime crescente, instituído pelas organizações do mal que desafiam os poderes da nação. Não se sabe mais onde existe tranquilidade, segurança, saúde, educação e tantos outros benefícios que poderiam existir com o recolhimento dos recursos trilionários custeados pela sociedade.


O Brasil virou uma terra de ninguém, onde roubar é furtar, onde roubar é mensalão, onde roubar é desonestidade, onde roubar é dizer que o doutor deu desfalque, onde o crime compensa e onde o chamado bandido de gravata se dá bem, compra o policial, o deputado, o vereador e, com certeza, outras categorias de autoridades que são pagas com dinheiro publico. A frase “o crime não compensa” agora está obsoleta, ou seja, “o crime hoje está compensando”!


E as autoridades, em sua maioria, impotentemente, cruzam os braços e ficam a olhar o desfile do mais diverso contingente de contraventores e bandidos. O instrumento maior de segurança interna do país é a Polícia Militar que pouco ou nada faz para conter a sanha do bandido.


É bom que se diga que o que se presencia hoje está longe de parecer com a contravenção do passado. Diariamente, as polícias se comunicam entre si para contabilizar dezenas de mortes da noite anterior. Os milhares de vitimas da violência são bem maiores do que certas guerras que acontecem no mundo.


Em 1982, Luiz Gonzaga ensaiou se recolher à sua cidade natal, Exu, em Pernambuco; e em dezembro, antes da decisão final, ele recebeu em Recife o radialista Marcos Macena, a quem concedeu uma longa entrevista e que, mais do que nunca, está bem atual. Depois de várias perguntas, o repórter perguntou o porquê da decisão de voltar para sua terra natal, já que ele estava deixando tudo para trás no auge da sua carreira, do seu sucesso para regressar.


 “Volto porque a cidade grande não está com nada. As covardias que eu vejo acontecer de malandros matando pessoas, até por não termos dinheiro para lhes dar, isso assusta qualquer pessoa, qualquer cristão…”


A declaração dada na década de 80 caiu como uma luva para os dias de hoje. O que ele disse naquela época, na verdade, foi uma premonição. E assim caminhamos!


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*Jacir Moraes é jornalista e colaborador deste blog. Esse texto contou com a participação de Carmem Moraes na digitação e de Sílvia Tereza na edição, devido à minha incapacidade visual que me impede de escrever.

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