A trama “Bom dia, Verônica”, série de televisão disponível na Netflix estreou no dia 1° de outubro com grande repercussão. A série é baseada na obra homônima da Raphael Montes e Ilana Casoy, lançada em 2016 pela editora Darkside.
Na busca por dias melhores que nunca virão, mulheres do Maranhão desembarcam no Terminal Rodoviário do Tietê (SP) e imediatamente são capturadas pelo tenente coronel da PMSP (Eduardo Moscovis- Brandão) que as tortura até a morte. Sua companheira no rapto das mulheres é Janete (Camila Morgano), que dorme com o inimigo e atrai as incautas com a promessa de emprego de doméstica. Janete é vítima é algoz por força do destino.
No seu percurso, o serial killer de patente tropeça na escrivã Verônica (Tainá Müller), obstinada na defesa de vítimas que se enredam desde o clássico “boa noite, Cinderela” à teia complexa urdida pelo psicopata de raiz. Carburado, Brandão deixa pra trás um rastro de histórias interrompidas de mulheres muito jovens e dramas familiares irreparáveis.
As vítimas do PM Brandão são na maioria oriundas de São Luís. Neste grupo, há as que saíram de alguma cidade no leito da BR-135, principal rodovia de emigração dos maranhenses que buscam o eldorado que as metrópolis ainda são capazes de cintilar.
Mais uma vez, o intestino ninho de corrupção do aparelho de segurança do estado está no protagonismo da ficção, vizinha bem próxima da realidade. Como thriller, “Bom dia, Verônica” não chega a ser exemplar, mas supera muita produção mediana da produção cinematográfica mundial. As interpretações convencem sem caricaturas. Vale a pena assistir!