Oposição entra com representação contra uso da máquina nas eleições de 2014

Deputados entregaram cópia da representação ao procurador
Os deputados Rubens Jr (PCdoB), Othelino Neto (PPS), Marcelo Tavares (PSB) e Bira do Pindaré (PT), todos da Bancada de Oposição, entraram, nesta segunda-feira (02), com uma representação, na Procuradoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), contra a governadora Roseana Sarney e o secretário de Infraestrutura, Luís Fernando Silva, para coibir o uso da máquina estadual nas eleições de 2014. Uma cópia do documento foi entregue, pessoalmente, ao procurador regional eleitoral, Régis Richael Primo da Silva.


Segundo os deputados, a oposição resolveu recorrer à Justiça Eleitoral para pedir investigação e impedir, em 2014, o que aconteceu nas eleições de  2010 e que motivou o parecer do Ministério Público Federal a favor da cassação do mandato da governadora por abuso de poder político e econômico naquele pleito.


“Acreditamos no Ministério Público. Estamos aqui como cidadãos que querem que o pleito do ano que vem seja limpo e sem abuso de poder”, disse Rubens Jr ao enumerar, como líder da oposição, os motivos que impulsionaram a representação.


Já Othelino Neto relatou ao procurador Richael Primo a batalha travada pela oposição contra o chamado “Conselhão”, Conselho de Gestão Estratégica do Governo, que previa “jetons” para aliados políticos, principalmente aqueles que perderam eleições, provavelmente  com fins eleitoreiros. “Depois de muitas denúncias, a governadora Roseana foi obrigada a extinguir o Conselhão porque a medida foi reprovada, de pronto, pela população”, lembrou o deputado.


Marcelo Tavares também condenou o uso da máquina para fins eleitoreiros e disse que uma série de documentos está sendo anexada à representação para que a Procuradoria examine cada caso. “Não podemos permitir que as eleições sejam, mais uma vez, influenciadas. Estamos atentos para não permitir mais o que aconteceu em 2010”, disse.


Os deputados solicitam, por meio da representação, que o Ministério Público investigue voos em helicópteros e aviões “pagos com dinheiro público, nos anos de 2012 e 2013, por parte de Luís Fernando Silva, secretário de infraestrutura do Estado, e da governadora Roseana Sarney Murad, com a identificação dos trechos voados e da agenda oficial que foi cumprida”.




Gastos com aluguel de aeronaves 
chegam a quase R$ 18 milhões


 Segundo a denúncia entregue ao procurador, em 2012, o governo do Maranhão gastou, aproximadamente, R$ 17,8 milhões (dezessete milhões e oitocentos mil reais) com aluguel de aeronaves (documentos anexos). Em 2013, o valor já se aproxima da casa dos R$ 7 milhões (sete milhões de reais).


“Tais valores assustadores derivam diretamente de que, em suas incursões pelo interior do Estado, a governadora Roseana Sarney Murad e seu pré-candidato, Luís Fernando, têm se utilizado de aviões e de helicópteros que deveriam servir para fins públicos com fins particulares, notadamente a realização de encontros eleitorais”, diz a representação.


Os deputados anexaram à denúncia cópia de reportagens com fotos de reunião eleitoral, ocorrida na cidade de Santa Rita, em que Luís Fernando se utiliza de helicóptero que serve à Polícia Militar para chegar ao município e participar de um churrasco com fins eleitoreiros.


A oposição anexou, ainda, o áudio onde Luís Fernando teria prometido a assinatura de convênios com a Prefeitura de Santa Rita até o final de 2013, entre eles um de R$ 1,8 milhão (um milhão e oitocentos mil reais), e, demonstrando firmeza, ainda teria dado como prazo que o dinheiro seria repassado aos cofres do município até o mês de dezembro de 2013.


Investigação rigorosa – A oposição pede ainda uma rigorosa investigação sobre os convênios celebrados pelo governo do Estado com prefeituras e associações, nos anos de 2012 e 2103, alcançando os respectivos instrumentos e as prestações de contas efetuadas, “a fim de evitar que as eleições vindouras sejam conspurcada pelo abuso de político e econômico”.


Segundo ainda os deputados,  o Governo Itinerante vem  se transformando “em palanque eleitoral, onde promovem atos de campanha, pedem voto ou apoio político”. Os quatro deputados arrolam fatos que vão dos convênios com entidades suspeitas a aluguéis de aeronaves que estariam sendo utilizados com fins eleitoreiros.


O procurador Régis Richael disse que todas as denúncias da representação serão, devidamente, apuradas. Segundo ele, o papel do Ministério Público é agir com imparcialidade. “Não podemos tomar nenhum partido que não seja a Lei”, frisou.

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