Roberto Rocha deve desculpas à mulher brasileira e não apenas a um grupo de WhatsApp…

Postagem feita pelo senador Roberto Rocha, em grupo de WhatsApp, provocou discussões e reações
Postagem feita pelo senador Roberto Rocha, em grupo de WhatsApp, provocou críticas, discussões e fortes reações

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Uma postagem feita pelo senador maranhense Roberto Rocha (PSB), no grupo de WhatsApp “Tribuna Livre” de Santa Luzia do Tide, neste final de semana – onde colocou um “bom dia” (saudação) com uma mulher  nua de pernas abertas e a entrada da vagina simbolizando um “I” – gerou polêmica nas redes sociais acerca da banalização, violência e desrespeito à liberdade, ao direito de sensualidade, às partes íntimas e sensuais femininas. O parlamentar se desculpou no momento e até teve que sair por conta das fortes reações dos participantes, mas ficou claro e evidente que ele mantém esse tipo de meme em seu smartphone e estava tentando passá-lo a um outro destinatário, no que errou o direcionamento.

O fator da discussão que trago em torno dessa atitude de banalização não é apenas pelo fato de um senador, representante do povo, ter disparado a publicação por descuido, por engano, erro ou por estar tentando enviá-la a um outro destinatário. Esse gesto é repugnante partindo de qualquer outra pessoa, outro homem, etc pelo desrespeito e agressão. Não faço aqui exploração política da situação. Neste post, estou repudiando a tentativa violenta de vulgarização da mulher maranhense e brasileira, no contexto geral, que vem se dando, principalmente, nas redes sociais.

Eu não iria nem explorar esse assunto pelas circunstâncias em que ele se deu, mas já que tomou grandes dimensões em determinados blogs que formam opinião no Maranhão, sinto-me no dever de sair em defesa das mulheres. A sensualidade é algo inerente à alma feminina. No entanto, mentes poluídas e machistas não respeitam essa liberdade e, com isso, infelizmente, banalizam, subjugam, violentam e prostituem a mulher, de uma forma geral, em sua essência.

“Eu não mereço ser estuprada”, campanha defendida por Nana Queiroz em 2014

Em 2014, nana Queiroz posou de forma sensual para repudiar o preconceito contra a sensualidade feminina, na campanha "Eu não mereço ser estuprada"
Em 2014, a jornalista Nana Queiroz posou de forma sensual para repudiar o preconceito contra a sensualidade feminina, na campanha “Eu não mereço ser estuprada”

O fato de mulheres usarem minissaias, roupas curtas e sensuais, um fio dental ou posarem nuas não significa um convite à zombaria, chacota, prostituição ou ao estupro, etc. Isso já foi explorado até em uma recente campanha, intitulada  “Eu não mereço ser estuprada”, defendida pela jornalista brasiliense Nana Queiroz, que virou meme nas redes sociais, em 2014, ao repudiar pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada que informou um resultado machista, sinalizando, erradamente, que 65% dos entrevistados haviam concordado com a afirmação de que mulheres com roupas curtas e sensuais mereceriam ser atacadas.

Em campanha de repúdio à pesquisa do Ipea – que também indicou que 58,5% dos entrevistados concordariam com a ideia de que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupro” – Nana Queiroz postou fotos sensuais, sem roupa, em Brasília, com a frase “Eu não mereço ser estuprada”, no que foi seguida por milhares de outras mulheres na rede social Facebook.

Vejo que a essência feminina, o direito à sua sensualidade sem preconceitos, a mulher em si precisam ser mais respeitados no Maranhão e no Brasil. Mesmo quando aparecem em fotos insinuantes ou nuas, isso não quer dizer que as mulheres estão pedindo para ser zombadas, usadas, abusadas ou estupradas.
Considero, sinceramente, uma brutalidade a atitude de ridicularizar a essência feminina, a sensualidade e a imagem da mulher da forma como tem se visto no Brasil, também por meio das redes sociais. Acho que o senador Roberto Rocha deveria pedir desculpas à mulher brasileira, à mulher maranhense pelo meme agressivo que disparou por meio de seu smartphone, provocando diversas críticas, reações e discussões.

#ProntoFalei.

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