Processo seguirá para o Senado, que decidirá se julga denúncia.
Com o voto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a Câmara alcançou às 23h08, na sessão deste domingo (17), os 342 votos necessários para que tenha prosseguimento no Senado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O voto que decidiu foi dado mais de nove horas depois de iniciada a sessão deste domingo e cinco horas e meia após o início da votação. No momento em que o placar alcançou os 342 pró-impeachment, havia 127 votos contra o impeachment e seis abstenções.
Os senadores podem agora manter a decisão dos deputados e instaurar o processo ou arquivar as investigações, sem analisar o mérito das denúncias.
A possibilidade de uma decisão contrária a Dilma se tornou mais forte ao longo da última semana, quando alguns dos principais partidos da base aliada, como PP e PSD, desembarcaram do governo e anunciaram voto favorável ao impeachment. Ainda assim, o resultado final era incerto até a tarde deste domingo.
Durante todo o fim de semana, Dilma procurou angariar apoio de indecisos, com aajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não isso não foi o suficiente para evitar que se alcançasse o mínimo de 342 votos necessários para a abertura do processo.
Os dois tentaram, ainda, obter apoio popular, afirmando que um governo comandado por Michel Temer, vice-presidente da República, poderia por fim a programas sociais.
Em vídeo divulgado na internet, no fim da noite de sexta (15), Dilma disse que os “golpistas” querem derrubar o Bolsa Família.Michel Temer reagiu à fala e criticou o que chamou de “mentiras rasteiras”. Pelo Twitter, ele afirmou que, se assumir o governo, vai manter programas sociais.
Articulação falhou
O governo sofreu alguns golpes na sua articulação para tentar barrar o processo na Câmara. Mauro Lopes (PMDB-MG), exonerado da Secretaria de Aviação Civil para votar contra o impeachment, acabou votando a favor da continuidade do processo.
A Executiva do PR havia determinado que a bancada votasse contra a continuidade do processo, mas a grande maioria dos deputados do PR votou a favor do impeachment.
Por volta das 22h, quando o placar já contava quase 300 votos “sim”, o líder do governo da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), assumiu a derrota, mas disse que é “momentânea” e que não abaterá o governo.
“É uma autorização [o que está sendo votado na Câmara] que vai para o Senado. A nossa expectativa é que o país se levante. Vamos continuar lutando porque não somos de recuar e muito menos de nos deixarmos abater por essa derrota momentânea”, declarou.
Votação
A sessão que decidiu pela continuidade do processo de impeachment começou às 14h deste domingo com tumulto, resultado de uma discussão entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deputados governistas que pressionavam para que oposicionistas saíssem detrás da mesa que dirige os trabalhos. Deputados pró e contra impeachment chegaram a trocar empurrões.
Enquanto transcorria a sessão, o Supremo Tribunal Federal divulgou decisão do ministro Marco Aurélio Melo que negava pedido do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) para suspender a votação.
Clesio Coelho Cunha
2 h ·
Ontem foi de assustar.
Deputados Federais analfabetos funcionais, que mal sabiam proferir um discurso; racistas, golpistas, debochados, misóginos, homofóbicos, saudosistas da Casa Grande, e outros remanescentes da senzala dando uma de capitão-do-mato, enganadores do templo disfarçados de evangélicos, pastores evangélicos safados e vendilhões do templo. Uma casa de envergonhar a nação e nos fazer passar vergonha perante o mundo, foi ontem a Câmara dos Deputados bem dirigida pelo chefe da gangue Eduardo Cunha.
Mas o ponto alto da baixaria foi a homenagem feita pelo Bolsonaro ao Coronel Ustra, aquele que na ditadura enfiava ratos vivos na vagina das torturadas, um cara bem requintado em matéria de tortura. Um verdadeiro professor
Homenagem a filhos, netos, esposas e maridos, cachorros, papagaios, Jerusalém, cidade natal e amantes. Um verdadeiro show de hipocrisia, mas nada sobre o crime de responsabilidade, protagonizados por hipócritas, gays enrustidos ( viu-se pela cara e pela fala de alguns que lá há um monte) onde só um é homem suficiente de assumir-se gay ( Jean Willys).
Dr. Marlon Reis está certo, só com reforma política e mudança no financiamento de campanhas eleitorais, a Câmara dos Deputados terá a cara do povo. Aquela Casa que vimos ontem não é a casa do povo brasileiro, pois se assim fosse o Estado do Amazonas, que deu 70% dos votos pra Dilma nas eleições de 2014, não teria tido 100% de deputados contra Dilma, como ontem.
Foi bom assistir, apesar do espanto, pois sou testemunha dessa página triste da História, que alguns deputados maranhenses não quiseram assinar. Parabéns a Pedro Fernandes, Junior Marreca, Aloisio Mendes, Zé Carlos, João Marcelo, Weverton Rocha e Valdir Maranhão e Rubem Jr., que não sujaram seus nomes naquele palco de horrores