Os entraves de uma federação entre PSB e PDT no Maranhão…

As negociações em andamento, visando a uma federação entre PSB, PDT e Solidariedade esbarraram em disputas localizadas em, pelo menos, quatro estados. Um deles, obviamente, é o Maranhão. O “casamento” para 2024 se repetiria em 2026, justamente, quando o atual governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), seria candidato natural ao Senado Federal, com duas vagas em disputa, em uma hipotética chapa encabeçada pelo hoje vice-governador Felipe Camarão (PT) que sentaria na cadeira número um do Palácio dos Leões e estaria forte.

Quem preside o PDT no Maranhão hoje é o senador Weverton Rocha (PDT) que também pretende disputar a reeleição ao Senado em 2026 ou pode abrir mão disso para concorrer ao governo e encontraria barreiras para efetivar um dos dois projetos. Os antecedentes da disputa eleitoral de 2022 foram de desgastes que “não se curam” facilmente e podem empurrá-lo para uma corrida por vaga na Câmara Federal.

No grupo governista maranhense, aliada a Brandão, ao ministro Flávio Dino (PSB) e ao presidente Lula (PT), a senadora Eliziane Gama, hoje no PSD, também tem planos de tentar a reeleição em 2026, mas, para isso, precisaria estar na hipotética federação PDT/PSB/Solidariedade. É claro que uma mudança de partido seria a solução para todos, mas o que está em jogo aí é a viabilidade eleitoral, projetos e interesses comuns.

Brandão entrando na dipsuta pelo Senado em 2026, pela liderança e bagagem política que constrói como governador, ele, naturalmente, cravaria uma vaga de senador. Então, sobraria uma vaga em disputa para Weverton, Eliziane e outros postulantes do grupo favorito à sucessão majoritária no Maranhão.

A ideia da federação hoje seria, neste momento, arregimentar forças no Congresso. Isso acontece porque as três legendas encolheram na Câmara dos Deputados nesta legislatura. O PSB ficou com menos nove cadeiras, o PDT está com dois parlamentares a menos do que contava no final da legislatura anterior, enquanto o Solidariedade perdeu quase metade dos assentos, em comparação com o tamanho da sua bancada em outubro de 2022.

No frigir dos ovos, o PDT corre sério risco de ser “engolido” a partir das eleições de 2024, caso a federação se efetive. Isso porque o PSB se mostra mais forte no momento. É o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, do governador Carlos Brandão, etc. Isso vai pesar muito na hora de indicar os nomes do tabuleiro eleitoral da guerra pelas prefeituras no país.

Além do Maranhão, para a aliança se concretizar, é preciso desatar nós também em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro, onde os planos para 2024 colocam as legendas em rota de colisão semelhante. Ou seja, um tremendo “abacaxi político”.

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