PV precisará de guinada à esquerda para se manter em federação com o PT…

O Partido Verde (PV) começa uma operação de adequação da base e uma guinada à esquerda para se enquadrar na federação partidária formada com o PT e o PCdoB nas últimas eleições presidenciais, a “Federação Brasil da Esperança”.

Por isso, vereadores e candidatos a prefeito que não estiverem alinhados com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terão que se retirar do partido – todas as alianças dos verdes com partidos de direita terão de ser repensadas.
Um dos casos emblemáticos é Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, cidade com mais de 125 mil eleitores. O PV elegeu o vice-prefeito Paulo Telles, em 2020, mas vai romper a parceria com o prefeito William Parreira (Avante) em 2024 e participar de uma candidatura de esquerda nas próximas eleições. O partido vai enfrentar um candidato do atual prefeito e outro do grupo vinculado à família Pinheiro, que inclui a deputada estadual Ione Pinheiro (União) e o deputado federal Pinheirinho (PP).
Para se ter ideia do tamanho do desafio, das 18 cidades mineiras onde o PV elegeu prefeito nas eleições de 2020, em apenas duas – Alvarenga e Raul Soares – o partido foi para a disputa junto de petistas. Em outras quatro, o partido teve o PT como um dos adversários diretos e em outras quatro não houve disputa direta, mas o candidato do PV foi eleito coligado a partidos que, atualmente, fazem parte da oposição ao governo petista.
O presidente do Partido Verde em Minas, Osvander Valadão, disse que a definição é clara e que a militância do partido foi avisada do que aconteceria desde o início das negociações para formalizar a federação com o PT e o PCdoB: “A última eleição definiu muito esses rumos. Foi uma eleição muito polarizada, e nós fazemos parte desse contexto. Na campanha tivemos desligamentos e expulsão de prefeitos, vereadores, deputado estadual, porque a gente tem um campo definido de atuação, e isso é irremediável”.
O presidente fez referência ao caso do ex-deputado Inácio Franco, que foi afastado do partido depois do primeiro turno da disputa presidencial ao manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, na época candidato à reeleição contra o presidente Lula, pertencente à federação PV, PT e PCdoB.
As expulsões não pararam após as eleições. Em Uberlândia, segundo maior colégio eleitoral de Minas, o PV desfiliou em 2 de maio a vereadora Thaís Andrade, que tinha um alinhamento diferente do proposto. Na cidade, os verdes devem deixar a base de apoio do prefeito Odelmo Leão (PP) e apoiar uma candidatura de oposição a ele.

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *