Quilombola, Antonia Cariongo diz que já foi ameaçada de morte e defende inclusão social

Dirigente do PSOL e liderança quilombola, Antonia Cariongo é um dos cinco nomes que disputam a única vaga ao Senado, nestas eleições. Ela concedeu entrevista a uma emissora local, nesta segunda-feira (22), colocando suas propostas para um possível mandato na casa federal com inclusão social e revelou que já foi ameaçada de morte.

A candidata cobrou mais atenção do poder público às comunidades quilombolas e revelou que está sob ameaça de morte por conta das causas dos quilombolas. “ Há muitos conflitos e muita violência e eu sou uma mulher que estou incluída em programa de proteção por conta do trabalho que faço junto a essas comunidades quilombolas também e, por isso, estou ameaçada de morte”, denunciou. Defendeu que as terras destas comunidades sejam respeitadas e mantidas.

Defendeu mais inclusão social, fiscalização na aplicação dos recursos e aplicação das políticas públicas às comunidades tradicionais. Disse que pretende, se for eleita, representar as mulheres, movimentos sociais e comunidades tradicionais. Seu direcionamento para as causas quilombolas vem de sua origem. O sobrenome é da comunidade quilombola na qual ela vive, no município de Santa Rita, e que tem mais de 200 anos de existência.

“Nossa candidatura vem da base dos movimentos sociais. Precisamos de representação das mulheres, dessas bases, da defesa dos direitos humanos e que o Senado tenha essa representatividade. Nós temos um estado com mais de cinco milhões de eleitores e me entristece ser a única mulher em uma candidatura majoritária, mas também me sinto fortalecida, pois é a primeira vez que uma mulher negra e quilombola é indicada para concorrer a esse cargo”, disse sobre suas credenciais para ser senadora do Maranhão.

Sobre sua plataforma de gestão, destacou mais fiscalizações dos investimentos em políticas públicas no estado, sobretudo na saúde para que as pessoas tenham acesso aos hospitais. “Falta fiscalização. Se não, não teremos pessoas dormindo nas filas. Quando a pessoa procura um hospital ela está doente, ela não pode esperar meses e até anos para conseguir um atendimento”, avalia Cariongo.

Sobre as emendas de relator e aplicação dos recursos públicos para que sejam aplicados conforme devem, ela fala que há uma falta de transparência e que, no Senado, irá formar uma comissão com participação de membros dos movimentos sociais. “Eles precisam fazer parte, pois, quem tem lutado para que essas políticas sejam implantadas são os movimentos sociais”, reforçou.

Encerrando a entrevista, citou ainda a formulação de políticas públicas para a proteção do meio ambiente; de gênero que beneficie mulheres, população LGBTQIA+ e pessoas com deficiência; e regularização dos territórios quilombolas como suas principais bandeiras. “Temos vários outros eixos que pretendemos trabalhar, em nível de Brasil”, enfatizou Antonia Cariongo.

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