Bolsonaro diz que vai respeitar resultado das eleições

“Vou respeitar o resultado das eleições, desde que sejam limpas”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista ao Jornal Nacional, da rede Globo, exibida na noite de segunda-feira (22). Ele foi o primeiro sabatinado na série de entrevistas que a atração jornalística fará ao longo da semana, com os candidatos à presidência mais bem colocados na pesquisa Datafolha de intenção de voto divulgada em 28 de julho.

Bolsonaro defendeu aliança com Centrão e respondeu perguntas sobre ataques ao sistema eleitoral brasileiro e golpe, manifestação de apoiadores, pandemia, economia, meio ambiente, trocas de ministros da Educação e interferência na Polícia Federal.

“Teremos eleições, o ministro Alexandre de Moraes acabou de assumir e terá um encontro, pelo que me parece, com o Ministro da Defesa para tratar desse assunto sobre transparência eleitoral. Tenho certeza de que o ministro Alexandre de Moraes vai chegar a bom termo nessa questão de eleições. Agora, precisei provocar para que chegasse a esse ponto. Pode ter certeza de que vão ter eleições limpas e transparentes este ano. Seja qual for, eleições limpas, devem e têm que ser respeitadas. Limpas e transparentes têm que ser respeitadas. Serão respeitadas as das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes”, pontuou Bolsonaro.

Sobre a pandemia, ele foi questionado quanto a atitudes suas consideradas anti-solidárias e fazendo pouco caso da doença no período mais crítico. “Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacinas, só não se vacinou quem não quis. A primeira vacina no mundo foi dada em dezembro de 2020, em janeiro, nós já estávamos vacinando no Brasil. Então, fizemos a nossa parte”, afirmou.

No tema economia, foi perguntado qual o plano, uma vez reeleito, para cumprir as promessas feitas em 2018. “As promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos no ano passado e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. O Brasil talvez é o único país do mundo com uma deflação, um país onde vai ter uma inflação menor do que, por exemplo, Inglaterra, menor que os Estados Unidos. Você vê também que a taxa de desemprego tem caído no Brasil. Os números da economia são fantásticos levando-se em conta o resto do mundo. O que nós pretendemos fazer? É continuar exatamente na política que vínhamos fazendo desde 2019”, frisou.

No meio ambiente foi colocado o aumento da taxa anual de desmatamento da Amazônia que é a maior em 15 anos e questionado sobre ações para minimizar este cenário. “Na Amazônia tem quase 30 milhões de habitantes. Primeira preocupação é essa. Outra, qualquer propriedade lá tem que preservar 80%, e pode usufruir de 20%. Eu tentei, nos primeiros dois anos de mandato, fazer a regulação fundiária, para saber, por exemplo, qualquer local desmatado, ou com foco de calor, de quem é o CPF da propriedade. O presidente da Câmara não colaborou para botar essa proposta avante. Grande parte disso daí, alguma parte disso daí é criminoso, sei disso. Outra parte não é criminoso. É o ribeirinho que toca fogo ali na sua pequena propriedade”, explicou o presidente.

Sobre antes negar fazer parte do Centrão e hoje ser apoiador deste grupo que reúne cerca de 300 deputados, Biolsonaro explicou. “Se eu deixar de lado, eu vou governar com quem? Não vou governar com o parlamento. São 513 deputados. 300 são de partidos de centro, pejorativamente chamado de Centrão. O lado de lá, os 200 que sobram, pessoal do PT, PC do B, PSOL, Rede, não dá para você conversar com eles, até não teriam número suficiente para aprovar sequer um projeto de lei comum. Então, os partidos de centro fazem parte, grande parte da base do governo, para que nós possamos avançar em reformas, como temos avançado em muita coisa”, ressaltou.

Sobre as constantes trocas de seus ministros, em particular, na Educação, para onde foram cinco nomeados e pouco tempo depois exonerados, Bolsonaro atribuiu à índole do indicado. “Por muitas vezes, depois que a pessoa chega, a gente vê que ela não leva jeito para aquilo. Não foi só da Educação, a gente teve acusação. Ele teve uma ordem de prisão. Ele foi preso, inclusive, agora, conseguiu habeas corpus logo em seguida”, lembrou.

Sobre interferências na Polícia Federal, ele disse que não houve em sua gestão. “Primeiramente, quem me acusou foi o ex-ministro Sérgio Moro. Falou que a prova da interferência estava em uma sessão reservada a nós. Não acharam nada. A Polícia Federal, com a saída do Sérgio Moro, melhorou, e muito, na apreensão de drogas, na apreensão de numerários, em operações. Melhorou, e muito em armamento, melhorou, e as pessoas vão mudando”, pontou.

Concluiu pontuando ações de sua gestão como a redução do preço do combustível, os R$ 600 reais de Auxílio Brasil, a transposição do São Francisco e outros. “Peguei o Brasil em uma situação crítica na questão ética, moral e econômica, começamos a trabalhar, né? Fizemos muitas reformas em 2019. Infelizmente tivemos a Covid, depois tivemos a guerra lá fora [Rússia e Ucrânia]. Temos uma seca enorme, e nós fizemos todo o possível para que a população brasileira sofresse o menos possível. Isso nós fizemos”, garantiu.

Na terça (23), o entrevistado será Ciro Gomes, do PDT. Na quinta-feira (25), Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. E, na sexta (26), Simone Tebet, do MDB.

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