Machismo? Policiais mulheres sofrem constrangimento após desafio em plataforma digital; OAB sai em defesa

No vídeo do aplicativo, que é a sensação do momento, as mulheres aparecerem usando o uniforme da PM e, em seguida, surgem com trajes civis, femininos.

O Comando-Geral da Polícia Militar do Maranhão abriu sindicância para apurar ‘eventual transgressão disciplinar a contra oito policiais militares mulheres que participaram de um desafio da plataforma “TikTok”.

No vídeo do aplicativo, que é a sensação do momento, as mulheres aparecerem usando o uniforme da PM e, em seguida, surgem com trajes civis, femininos.

O desafio feito pelas militares é um dos mais executados pelos usuários da plataforma e propõe que os participantes façam uma rápida mudança no visual.

O documento da Polícia Militar determina que as investigações apurem violação dos princípios da ética, dos deveres e das obrigações militares, que sejam contrários ao regulamento disciplinar da PM.

O comandante-geral da Polícia Militar, Pedro Ribeiro, explicou que a sindicância foi aberta contra as PMs por elas estarem ‘ostentando’ o uniforme e armamento para ‘brincadeira’, além de expor a imagem da corporação em um aplicativo de rede social.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA) emitiu uma nota em que chama de ’empoderadas e livres’ as oito policiais mulheres que aparecem em um desafio para o ‘TikTok’ compartilhado nas redes sociais.

“É sabido que vivemos em uma sociedade onde a nós, mulheres, não nos é permitido sair do padrão imposto. Em que pese a Polícia Militar possuir regulamento, onde consta o dever de respeitar o uniforme militar, a Comissão da Mulher e da Advogada da OAB/MA não vislumbra quaisquer desrespeito à Instituição, tampouco postura inadequada que transgrida a seriedade e confiabilidade da Polícia Militar do Maranhão. Mulheres são constantemente objetificadas, subrepresentadas e mantidas em situação de submissão. Policiais Militares mulheres, em vídeo que só demonstram o orgulho que possuem de pertencerem à Polícia Militar, ao mesmo tempo em que se mostram empoderadas e livres, deveria ser visto como avanço da Polícia Militar em humanização frente aos direitos das mulheres e respeito à sociedade”, diz a nota da OAB-MA.

Questionamentos

A pergunta que não quer calar: se o vídeo tivesse sido feito por policiais homens teria dado tanta repercussão e críticas? O vídeo chamou atenção pelo fato de serem elas mulheres? Uma policial não pode se mostrar como é a realidade do seu dia-a- dia? Há algum problema em se evidenciar feminilidade, natureza de mulher, e relacionar isso com a profissão? Estamos diante de reações puramente machista e discriminatória? Há algum problema em mostrar que, por trás de uma farda, há um ser mulher? Ficam os questionamentos.

Por mais liberdade, empoderamento, independência, respeito e ninguém pode tirar o direito delas de se mostrarem como são fora da farda. O ser mulher é assim. Mulher é diferente do homem pq tem essência feminina.

Precisa acabar esse preconceito ridículo de julgar a mulher pelo que ela está vestindo ou da forma como está se apresentando. Ela só está sendo mulher. Tem que ser respeitada e ter o direito de ser mulher plena com toda a sua essência, empoderamento, independência.

O que a mensagem quis passar é: Na farda, sou assim. Fora da farda, sou assim.. Não vi, no vídeo, nada que possa prejudicar a imagem da Polícia Militar. Vi, sim, foi machismo por parte de quem criticou, condenou e constrangiu.

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *