PT faz raro ‘mea culpa’, mas não descarta se aliar ao PMDB nas eleições de outubro

El País

Presidente da sigla, Rui Falcão, afirma que quem não apoiou o impeachment pode se unir
Presidente da sigla, Rui Falcão, afirma que quem não apoiou o impeachment pode se unir

Menos de uma semana após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores divulgou duas resoluções que mostram as contradições da sigla devolvida à oposição depois de 13 anos no poder. Um dos textos é um raro “mea culpa” mais elaborado da legenda que avalia ter sido um erro ter aderido ao financiamento empresarial de campanha, cerne da trama dos dois maiores escândalos que mancham a história petista: o mensalão e o que estouraria anos depois, o caso Petrobras.

Se o mesmo texto critica as alianças da sigla, outro, destinado a moderar o comportamento do PT nas eleições municipais, deixa a porta aberta para alianças regionais até mesmo com o PMDB, a sigla de Michel Temer e outros no poder, a quem chamam de “golpistas”.

“A definição é que vamos priorizar alianças com PCdoB e PDT. As outras, vamos examinar caso a caso. Mas se alguém do PMDB quiser participar conosco numa chapa na eleição municipal, que não tenha apoiado o impeachment publicamente, desde que adote nossos programas, não há nenhuma objeção. Até porque a chapa será referendada pelo partido. Não há risco de uma chapa torta e acho que nossos eleitores vão entender a necessidade de aumentar nossos quadros”, disse o presidente do PT, Rui Falcão, citado pelo jornal O Globo.

O PT se prepara para enfrentar umas das eleições mais difíceis de sua história, com problemas de financiamento, crise de popularidade e fora do Governo federal depois de mais de uma década. Paradoxalmente, é a campanha anti-impeachment que é considerada, por analistas, um fator capaz de ajudar a impulsionar os candidatos do partido ao menos em algumas cidades.

Na resolução em que analisa seu período no comando do país, o PT fala em “esgotamento” do modelo econômico implementado e diz: “Fomos contaminados pelo financiamento empresarial de campanhas, estrutura celular de como as classes dominantes se articulam com o Estado, formando suas próprias bancadas corporativas e controlando governos. Preservada essa condição, mesmo após nossa vitória eleitoral de 2002, terminamos envolvidos em práticas dos partidos políticos tradicionais, o que claramente afetou negativamente nossa imagem e abriu flancos para ataques de aparatos judiciais controlados pela direita”.

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