Flávio Dino organiza reunião com governadores contra impeachment

Folha

Governador Flávio Dino
Governador Flávio Dino

Articulador do movimento “Golpe Nunca Mais”, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), está organizando um encontro de governadores contra o impeachment de Dilma Rousseff, nesta terça, em Brasília. Os chefes do Executivo em Estados do Nordeste estão confirmados. Neste domingo, após lançar o movimento ao lado do ex-ministro Ciro Gomes, Dino buscaria ainda o apoio dos governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB), Fernando Pimentel (PT) e Tião Viana (PT).

“É um movimento apartidário, independente do apoio ou não ao governo”, afirma Dino. “Não podemos jogar o Brasil em uma armadilha. O impeachment é tão violento que acabaria levando o país a uma instabilidade ainda maior.”

Dino ligou no sábado para Jaques Wagner (Casa Civil) para informar que lançaria o movimento. O governador articula, ao lado do deputado Wadih Damous (PT-RJ), um encontro de juristas para questionar a constitucionalidade do processo.

 Em conversas reservadas, Eduardo Cunha disse que o vice Michel Temer ligou para ele a fim de desmentir a versão de que teria dito a Dilma que o impeachment não tem base jurídica.

Em setembro de 1992, o então procurador-geral de São Paulo, Michel Temer, escreveu na Folha sobre o possível impeachment do então presidente, Fernando Collor: “O julgamento por crime de responsabilidade é político. Não é jurisdicional”, opinou.

“A pergunta que o parlamentar votante se faz quando vota é: convém ou não que o acusado continue a governar?”, ele continua. “A situação de ingovernabilidade pode ser de tal porte que o parlamentar decide pelo afastamento para restaurar a governabilidade”, conclui.

Na segunda-feira, Temer será recebido pelo jurista Ives Gandra Martins, voz importante no meio jurídico a favor do impeachment de Dilma, na Fecomercio de São Paulo.

 A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) jantou no sábado com o fotógrafo Sebastião Salgado, cuja ONG tem projetos patrocinados pela Vale —acionista majoritária da Samarco, ao lado da BHP—, para falar sobre revitalização do rio Doce.

Assediado pelos dois lados da crise, Renan Calheiros tem dito que sua tendência hoje é não convocar o Congresso no recesso.

Caso Cunha

 A aliados o presidente do Senado afirmou que, se mudar de ideia, não poderia deixar fora da pauta o Conselho de Ética, o que prejudicaria Cunha. Ou seja, o pau que daria em Chico daria em Francisco também.

Cunha mantém a esperança de que o correligionário mude seu posicionamento até a próxima semana. “Ficamos de conversar, mas depende dos partidos”, afirmou o presidente da Câmara à coluna.

 Investigadores da Lava Jato relatam que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ficou aflito quando soube que seu iPad estava na lista de objetos apreendidos. O material ainda não havia sido analisado, mas a preocupação fez aguçar a curiosidade dos peritos.

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