O presidente interino do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Deusdete Fernandes, concedeu entrevista a uma emissora de televisão local, nesta segunda-feira, onde falou sobre a suspensão da aplicação da lei do piso da categoria pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. A lei já havia sido sancionada, mas o magistrado suspendeu por 60 dias, para que sejam avaliados os impactos financeiros dessa concessão. O Maranhão possui 71 mil profissionais da área inscritos no conselho.
“A categoria recebeu essa notícia como um balde de água fria, com uma indignação. É um direito pelo qual vínhamos lutando há décadas. Esse piso, na verdade, é uma compensação da defasagem do salário da enfermagem e estávamos correndo atrás dessa valorização da profissão”, ressaltou Deusdete Fernandes.
Ele ressaltou que o Coren no Maranhão já estava com proposta colocada para solicitação do piso salarial da categoria e que vinha trabalhando com outras entidades para que esse aumento fosse concretizado. “Atualmente, a categoria vive em situação complicada. Temos vários contratos defasados e precarizados”, apontou o presidente interino do órgão.
Ele destacou que auxiliares de enfermagem ganham, em média, R$ 900; o técnico da área R$ 1,2 mil; e o enfermeiro, cerca de R$ 2,5 mil. “Precisa melhorar. É uma categoria importante, que está ao lado do paciente 24 horas. Sem enfermagem, não tem saúde”, enfatizou. Ele disse ainda que não se justifica a alegação do ministro do STF sobre possível falta de recursos para custear os reajustes. “Há recursos sim. A rede particular e de filantropia poderia fazer um levantamento para ver a viabilidade e os concursados, poderia haver uma revisão no Sistema Único de Saúde. Esse salário da enfermagem é necessário e urgente e vamos continuar lutando por ele”, afirmou.
Desde a semana passada, segue votação no STF sofre manter a suspensão ou liberar a lei. Os magistrados têm até a próxima sexta-feira para votar.
